Abrem no Chile centros de votação para referendo sobre nova Constituição

Cerca de 3.000 centros de votação abriram hoje no Chile para iniciar uma das votações mais importantes da história recente do país, na qual mais de 15,1 milhões de chilenos decidirão se aprovam a proposta de uma nova Constituição.

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Lusa
04/09/2022 17:00 ‧ 04/09/2022 por Lusa

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Chile

Se aprovado, o texto irá substituir a atual Carta Magna, herdada da ditadura (1973-1990) e vista por parte da sociedade como a origem das desigualdades do país por promover a privatização de serviços básicos, como educação, saúde ou pensões.

Se rejeitada, a atual Lei Fundamental permanecerá em vigor, embora o presidente chileno, Gabriel Boric, já tenha anunciado que irá convocar um novo processo constitucional e que será cumprido o mandato do referendo de outubro de 2020, no qual quase 80% dos chilenos pediram uma mudança constitucional.

As urnas irão estar hoje abertas até às 18:00 locais (22:00 em Lisboa) e o resultado será conhecido algumas horas depois.

Cerca da meia-noite, o Presidente chileno disse, numa mensagem no Twitter, que "domingo será um grande dia" e estava "profundamente orgulhoso" por a sociedade ter "chegado aqui".

"No Chile, resolvemos as nossas diferenças com mais democracia, não menos", acrescentou.

Boric, um defensor da alteração, viajou para a sua cidade natal, Punta Arenas, a mais de 3.000 quilómetros a sul de Santiago, para votar logo pela manhã e deve fazer um discurso assim que o resultado for conhecido, independentemente da opção que tiver maioria.

As últimas sondagens revelaram que a tendência de rejeição do texto continua, mas especialistas alertam que o cenário está em aberto porque pela primeira vez o voto é universal e obrigatório e há um grande número de eleitores ausentes das urnas há anos.

O novo texto declara o Chile um "Estado social e democrático de direito, plurinacional, intercultural, regional e ecológico", estabelece um catálogo de novos direitos sociais e que a sua democracia é "igual e inclusiva".

"Há questões em que o texto é um dos mais vanguardistas do mundo, especialmente em questões de igualdade de género e proteção da natureza", disse à agência Efe o constitucionalista Tomás Jordán, da Universidade Alerto Hurtado.

Os seus defensores defendem que irá ajudar a criar um Chile "mais justo", enquanto quem está contra argumenta que é um texto radical e que "não une o país".

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