"Eles ocuparam a nossa central nuclear. A maior da Europa. Isso significa seis vezes Chernobyl", disse Zelensky, referindo-se ao acidente nuclear de 1986 na Ucrânia, numa entrevista à rede norte-americana ABC News.
Isso "significa o maior perigo na Europa (...), significa que [as forças russas] usam armas nucleares", disse o chefe de Estado ucraniano.
Zelensky defendeu que "não deve haver equipamento militar no território. Não deve haver trabalhadores da central rodeados de pessoas com armas de fogo".
A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente, há semanas, de fazerem ataques à central nuclear de Zaporíjia.
No domingo, a Rússia acusou a Ucrânia de ter tentado atacar, no sábado, com oito 'drones' o território de Zaporíjia.
Também no domingo, o jornal 'online' independente The Insider, especializado em jornalismo de investigação, 'fact check' e análise política, com sede na cidade de Riga, na Letónia, publicou um vídeo sobre os ataques russos que ocorreram na noite de 2 para 3 de setembro a partir de território da central nuclear.
O vídeo mostra que a Rússia tem sistemas de lançamento de mísseis localizados em vários pontos situados nas proximidades da central nuclear.
Na sexta-feira, o Estado-Maior da Ucrânia afirmou que a Rússia retirou todos os equipamentos militares da central nuclear, antes da inspeção dos peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Zelensky disse à ABC News que não está a considerar um encerramento controlado da central para evitar fugas de radiação devido à dependência do país desta infraestrutura energética, especialmente durante o inverno.
"Sei que os russos gostariam que os reatores fossem desligados da rede ucraniana para ligá-los à rede russa, mas não concordamos com essas ideias", disse o chefe de Estado.
A central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelas forças russas, "perdeu novamente a ligação" com a rede elétrica, anunciou no sábado, em comunicado, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), cujos especialistas estão no local.
A última linha ainda em operação "foi danificada", explicou a AIEA, recordando que as outras três haviam sido "perdidas anteriormente durante o conflito".
Já em 25 de agosto, a central foi totalmente desconectada da rede ucraniana pela primeira vez, antes de a ligação ser restabelecida.
A AFP sublinha que a situação em Zaporíjia preocupa muitos líderes internacionais, tendo em conta que a zona tem sido alvo de vários bombardeios, aumentando o temor de um desastre nuclear.
Na quinta-feira, depois de uma inspeção às instalações, o diretor da AIEA disse que a "integridade física" da fábrica tinha sido "violada em várias ocasiões", sublinhando que é tal " não pode continuar a acontecer".
No entanto, Rafael Grossi não nomeou os responsáveis pela situação.
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