A comunidade estudantil de Uvalde, no Texas, regressou às aulas, esta terça-feira - pela primeira vez desde o tiroteio que matou 21 pessoas, incluindo 19 crianças, na Robb Elementary School.
Tal como destaca a NBC News, a cidade continua a exigir que sejam apuradas responsabilidades e a angústia continua a pairar no ar, sobretudo para os pais que perderam filhos no massacre, como Steven Garcia, que viu a filha Eliahna, de nove anos, morrer no massacre.
“Não pude lutar contra as lágrimas, mas depois pensei na minha Ellie e sei que ela não gostaria que eu me sentisse assim (…) Pensando em todos os primeiros dias de aulas com a minha Ellie, ninguém espera ter que enterrar o seu filho depois de deixá-lo na escola”, escreveu numa publicação divulgada nas redes sociais.
Também Jennifer Lugo, mãe de Eliahna, disse que o seu estômago estava com “um grande nó” na noite anterior ao começo das aulas e que tinha a certeza de que a família iria sair de casa “com lágrimas e não sorrisos”.
“Estou a sentir falta de um dos meus bebés”, disse, lembrando que a menina adorava a escola.
Também Kimberly e Felix Rubio, que perderam Lexi, partilharam receio pelos seus outros cinco filhos.
“Não sei se o distrito escolar fez tudo o que eu gostaria de ver quanto às medidas de segurança, mas também sei que é importante que as crianças tenham algum tipo de rotina, tentando equilibrar o que é melhor para elas”, afirmou Kimberly.
Em apoio à comunidade de Uvalde, todos os estudantes do estado se vestiram de bordô.
Sublinhe-se que a Robb Elementary School não voltou a abrir, tendo os seus alunos sido distribuídos pelas outras escolas da área.
As escolas contam agora com cercas mais altas, mais segurança, câmaras e maior presença policial. Neste primeiro dia havia também mais conselheiros e até cães de apoio emocional.
Recorde-se que o massacre de Uvalde, ocorrido a 24 de maio, reabriu o debate sobre a posse de armas nos Estados Unidos.
As autoridades estaduais, federais e locais foram alvo de duras críticas devido à demorada resposta.
Um relatório, escrito por uma comissão de investigação da Câmara dos Deputados do Texas e divulgado em julho, aponta vários “erros sistémicos”, referindo que “na Robb Elementary, os agentes da lei não cumpriram o treino que lhes foi dado para enfrentar um atirador ativo e falharam no estabelecimento de prioridades em salvar vidas inocentes em vez da sua própria segurança”.
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