"Um corte total de energia nas regiões de Kharkiv e Donetsk, um corte parcial nas regiões de Zaporijia, Dnipropetrovsk e Sumy", escreveu Zelensky numa declaração nas redes sociais, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), culpando "terroristas russos", e salientando que "nenhuma instalação militar" foi atingida.
"O objetivo é privar as pessoas da luz e do aquecimento", garantiu o chefe de Estado da Ucrânia.
Pouco antes desta mensagem, as autoridades locais relataram o bombardeamento russo de infraestruturas estratégicas que levaram a cortes de energia em grandes áreas da Ucrânia oriental, onde Kiev lançou uma contraofensiva que conseguiu furar as linhas russas.
O governador da região nordeste de Kharkiv, onde Kiev reivindicou os maiores ganhos territoriais durante a sua contraofensiva dos últimos dias, disse nas redes sociais que o exército russo tinha "atingido infraestruturas chave" na região e na sua capital.
De acordo com Oleg Sinegoubov, citado pela agência de notícias espanhola Efe, "não há água nem eletricidade em várias cidades e os serviços de emergência estão a tentar controlar os incêndios nas áreas afetadas".
O governador da região centro-oriental de Dnipropetrovsk, Dmytro Reznichenko, também culpou os russos pelos cortes de energia na sua área.
"Várias cidades e vilas na região de Dnipropetrovsk estão sem eletricidade. Os russos atingiram a infraestrutura energética. Eles não aceitam a sua derrota no campo de batalha", lamentou.
O seu homólogo na região oriental de Sumy disse que os cortes de água e eletricidade afetaram pelo menos 135 cidades e aldeias na sua jurisdição.
Os jornalistas da AFP em Kramatorsk, na região oriental de Donetsk, confirmaram que os cortes estavam também a afetar essa cidade, uma das maiores do leste ainda sob controlo ucraniano, e o governador regional também relatou apagões noutros locais da sua área.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
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