"O público tem o direito absoluto de protestar, deixámos isto claro a todos os agentes envolvidos na extraordinária operação policial atualmente em curso e vamos continuar a fazê-lo", afirmou a Polícia Metropolitana.
O comunicado foi emitido na segunda-feira à noite em resposta a um vídeo de agentes a escoltar um manifestante junto ao parlamento, onde o Rei Carlos III foi receber de manhã as condolências pela morte da mãe.
No exterior, dois manifestantes levantaram cartazes onde estava escrito "Não é o meu rei", "Abolição da monarquia" e "Fim ao feudalismo" no passeio em frente ao Palácio de Westminster, o edifício do parlamento.
Um deles aproximou-se então dos portões e foi escoltado por agentes da polícia, de acordo com imagens publicadas no Twitter pelo jornal Evening Standard, que entretanto estão a circular nas redes sociais, gerando críticas à polícia.
Este incidente seguiu-se a mais dois na Escócia, um no domingo quando uma uma mulher foi detida por conduta desordeira ao segurar um cartaz onde se lia "Que se lixe o imperialismo, aboli a monarquia" momentos antes da proclamação pública do novo rei, acompanhada por apupos de outras pessoas.
A mulher foi libertada para comparecer mais tarde em tribunal.
Na segunda-feira, também em Edimburgo, um homem foi violentamente levado pelos oficiais da multidão que observava a procissão fúnebre ao chamar "velho nojento" ao Príncipe André, que pagou milhões de euros nos EUA para evitar um julgamento por abuso sexual de menor.
Em Oxford, centro de Inglaterra, um ativista de 45 anos foi brevemente detido depois de gritar "Quem o elegeu?" também durante uma proclamação pública rei.
A organização defensora dos direitos civis "Big Brother Watch" denunciou as recentes detenções como "uma afronta à democracia", salientando que "a liberdade de expressão é a base da democracia britânica".
De acordo com uma sondagem publicada por ocasião do 70.º aniversário do reinado em Junho pelo instituto YouGov, 62% dos britânicos pensam que o país deveria permanecer uma monarquia e apenas 22% responderam preferir um chefe de Estado eleito.
O Reino Unido cumpre atualmente um período de luto nacional na sequência da morte de Isabel II, que morreu aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos de reinado, o mais longo reinado da história do Reino Unido.
Após a morte da monarca, o seu filho primogénito assumiu aos 73 anos as funções de rei como Carlos III.
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