Comissário europeu quer meta de 30% de lítio com origem na UE até 2030

O comissário europeu do Mercado interno defendeu hoje que pelo menos 30% da procura de lítio pela União Europeia (UE) tenha origem no espaço comunitário até 2030, após o anúncio de uma nova Lei Europeia das Matérias-Primas Críticas.

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Lusa
14/09/2022 11:40 ‧ 14/09/2022 por Lusa

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A UE vai criar reservas estratégicas para evitar ruturas no abastecimento de matérias-primas fundamentais para a indústria, como terras-raras e lítio, cuja oferta é controlada pela China, anunciou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em reação a tal anúncio, o comissário europeu da tutela, , vinca numa posição hoje divulgada ser necessário "construir uma cadeia de abastecimento mais resistente, apoiando projetos e atraindo mais investimento privado desde a exploração mineira até à refinação, processamento e reciclagem e, ao mesmo tempo, garantir os mais elevados padrões sociais e ambientais".

"Para enquadrar a ambição, poderiam ser introduzidos objetivos na legislação, por exemplo, poderia ser estabelecido um objetivo de que pelo menos 30% da procura de lítio refinado por parte da UE deveria ter origem na União até 2030, ou de recuperar pelo menos 20% dos elementos de terras-raras presentes nos fluxos de resíduos relevantes até 2030", elenca o responsável, na declaração enviada à imprensa europeia especializada, incluindo a Lusa.

Thierry Breton quer também que a Comissão Europeia tenha "poderes para listar projetos estratégicos, que seriam rotulados como de interesse europeu -- com base em propostas dos Estados-membros --", para estes "beneficiarem de procedimentos simplificados e de um melhor acesso ao financiamento".

"Para mobilizar o investimento necessário, [...] quando se trata de matérias-primas críticas, vamos aumentar a nossa participação financeira em projetos importantes de interesse comum europeu e criar um novo Fundo Europeu de Soberania", revela.

A China, que detém quase monopólio em terras-raras e ímanes permanentes, aumentou os preços 50-90% no ano passado, ao mesmo tempo que países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul estão a apostar fortemente neste setor.

"Como resultado, estamos a viver uma corrida global para o fornecimento e reciclagem de matérias-primas críticas", adianta Thierry Breton, admitindo a sua "grande preocupação relativamente todos os ecossistemas industriais".

O anúncio sobre esta nova Lei Europeia das Matérias-Primas Críticas foi hoje feito por Ursula von der Leyen no seu terceiro discurso sobre o Estado da UE, proferido na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

"Num futuro próximo, o lítio e as terras-raras tornar-se-ão mais importantes do que o petróleo e o gás", destacou a líder do executivo comunitário, acrescentando que, "até 2030, a procura [europeia] de terras-raras irá quintuplicar" e a procura de lítio aumenta à medida que a economia da UE se eletrifica.

Atualmente, a China controla a indústria transformadora mundial, já que quase 90% das terras-raras e 60% do lítio são ali transformados.

As terras-raras são um grupo de 17 elementos químicos que podem ser utilizados em ecrãs de televisão e computadores, baterias de telemóveis e carros elétricos e turbinas eólicas.

Em Portugal, uma Avaliação Ambiental Estratégica, promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia, reduziu, em fevereiro, de oito para seis as áreas com potencial de existência de lítio, havendo contestação popular à exploração do minério.

Leia Também: Europa apoia criação de comunidade política e quer combate à corrupção

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