Além das crianças, o Quénia regista cerca de 134.000 mulheres grávidas vítimas da mesma ameaça, a desnutrição aguda, informou a National Drought Management Authority (NDMA) numa declaração.
Estes números têm vindo a aumentar de forma constante nos últimos meses.
A desnutrição aguda enfraquece o sistema imunitário das pessoas, expondo-as ao risco de doença e morte. No caso das crianças, se não for tratada a tempo, pode prejudicar gravemente o seu desenvolvimento físico e cerebral.
"As atuais condições das pastagens não deverão durar muito mais devido à elevada concentração de gado nas áreas de pastagem durante a estação seca", lamentou o diretor da NDMA, tenente-coronel Hared Hassan, alertando para a esperada deterioração do cenário ao longo deste mês.
Cerca de 4,35 milhões de pessoas vão precisar de assistência alimentar urgente no Quénia entre outubro e dezembro, de acordo com a agência pública queniana.
Hared Hassan disse ainda que previsões para a próxima estação das chuvas, entre outubro e novembro, apontam para a continuação dos níveis de precipitação inferiores ao normal.
A NDMA está a fornecer suplementos alimentares para gado, dos quais dependem muitas famílias nas regiões áridas e semi-áridas do Quénia, onde foram construídos numerosos poços em colaboração com a União Europeia.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o número de pessoas na Etiópia, Quénia e Somália que não têm acesso seguro a água potável aumentou em resultado da seca de 9,5 milhões, em fevereiro, para 16,2 milhões em julho deste ano.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) advertiu recentemente que, pelo menos, duas regiões da Somália sofrerão fome entre outubro e dezembro deste ano.
A agência meteorológica das Nações Unidas não prevê a melhoria da pluviosidade na região do Corno de África até março de 2023.
Leia Também: Seca diminuiu em Portugal. Bragança é a única região em grau extremo