O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou, esta sexta-feira, que a situação pode piorar na Ucrânia e que não tem pressa em terminar a sua denominada "operação militar especial", rejeitando ainda ajustes na mesma face aos avanços das tropas ucranianas, que pareceu recusar.
"As autoridades de Kyiv anunciaram que lançaram e estão a conduzir uma operação contraofensiva ativa. Bem, vamos ver como ela se desenvolve, como termina", disse Putin, numa conferência de imprensa, no Uzbequistão, fazendo esta declaração com um sorriso no rosto, tal como destaca a Reuters.
Sublinhe-se que esta foi a primeira vez que Putin falou publicamente sobre os recentes avanços da Ucrânia e a derrota das suas tropas, sobretudo na região de Kharkiv.
O chefe de Estado russo abordou depois os ataques que se sucederam a estes avanços, nomeadamente contra estruturas hidráulicas e de eletricidade, e deixou um aviso.
"Recentemente, as forças armadas russas infligiram alguns golpes sensíveis. Vamos supor que sejam um aviso. Se a situação continuar a desenvolver-se assim, a resposta será mais séria", avisou.
Questionado sobre se a chamada "operação militar especial" não precisava de ser corrigida, Putin recusou.
"O plano não está sujeito a ajustes", afirmou.
"O Estado-Maior considera uma coisa importante, outra secundária - mas a tarefa principal permanece inalterada e está a ser implementada", defendeu. "O objetivo principal é a libertação de todo o território do Donbass", acrescentou.
"Este trabalho continua, apesar das tentativas de contra-ataques das forças ucranianas. As nossas operações defensivas no Donbass não param (…). Estão a um ritmo lento, mas continuam. Gradualmente, o exército russo está a ocupar novos territórios", rematou.
Recorde-se que, pouco antes, Putin tinha afirmado que a Rússia faria de "tudo" para acabar com a guerra o mais "rapidamente possível". Esta posição foi transmitida ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, depois de este o confrontar diretamente, dizendo que não estamos numa "era de guerra".
Leia Também: Europa quer gás? Abra Nord Stream 2, sugere Putin