Pressão sobre forças russas aumenta após avanços da Ucrânia

Autoridades de defesa e analistas ocidentais revelaram hoje acreditar que as forças russas estão a estabelecer uma nova linha defensiva no nordeste da Ucrânia e a tentar pressionar avanços para o leste.

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© Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
17/09/2022 12:44 ‧ 17/09/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

O Ministério da Defesa britânico, no 'briefing' diário, informou que a linha "provavelmente está" entre o rio Oskil e Svatove, cerca de 150 quilómetros (90 milhas) a sudeste de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

Esta operação surge na sequência de uma contra-ofensiva ucraniana ter aberto um buraco na linha de frente do conflito militar e recapturando terra na região nordeste de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia.

Moscovo "provavelmente vê a manutenção do controle desta zona como importante porque é transitada por uma das poucas principais rotas de reabastecimento que a Rússia ainda controla da região de Belgorod da Rússia", disseram os militares britânicos.

Enquanto isso, as forças ucranianas cruzam o rio Oskil, na região de Kharkiv, e avançam uma contra-ofensiva visando território ocupado pela Rússia, de acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra sediado em Washington.

O Instituto, num relatório hoje divulgado, informou que as imagens de satélite sugerem que as forças ucranianas cruzaram para a margem leste do Oskil em Kupiansk, colocando artilharia no local.

O rio, que flui entre a Rússia e Ucrânia, constitui uma rutura natural nas linhas de frente recém-criadas desde há cerca de uma semana.

"As forças russas provavelmente são muito fracas para impedir novos avanços ucranianos ao longo de todo o rio Oskil se as forças ucranianas optarem por retomar as operações ofensivas", disse o instituto.

Vídeos que circulam hoje 'online' indicam que as forças ucranianas também continuam a tomar terras no leste do país.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Zelensky acusa Rússia de "tortura". Situação em Izyum 'lembra' Bucha

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