Centenas de pessoas em manifestação contra pessoas LGBT em Istambul

Centenas de pessoas manifestaram-se hoje em Istambul, na Turquia, contra as pessoas LGBT, a quem foi recentemente negado o direito de reunião e manifestação, adianta a AFP.

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© Reuters

Lusa
18/09/2022 16:23 ‧ 18/09/2022 por Lusa

Mundo

LGBTI+

 

Segundo a agência de noticias francesa, o apelo à manifestação foi feito por mais de 100 grupos e associações conservadoras, sendo que a maioria delas é próxima do governo do Presidente Recep Tayyip Erdogan, que apelaram à proibição de grupos de direitos de homossexuais e transexuais.

"Proteja a sua família e a sua geração", "Não deixaremos que aqueles que fazem guerra à família", "Diga não ao projeto de sociedade sem género", ou "Papá + mamã + bebé = família", descreve a AFP, são alguns dos slogans utilizados pela multidão.

Nas redes sociais, muitos internautas turcos partilharam mensagens contra a "marcha do ódio", em solidariedade com as pessoas LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgênero], visadas pela manifestação.

Também a classificação de "interesse público" dada à publicidade e anúncios de apoio aquela marcha pelo Conselho de Radiodifusão Turco suscitou protestos de grupos de direitos humanos.

A homossexualidade, descriminalizada na Turquia desde meados do século XIX (1858), não é proibida, mas está sujeita à repressão social e à hostilidade do partido governante Islamo-conservador AKP e do governo de Erdogan.

Em 2021, o governo turco abandonou a Convenção de Istambul, um tratado de direitos da mulher, argumentando que o documento encoraja a homossexualidade e ameaça a estrutura familiar tradicional.

Depois de uma grande marcha, em 2014, na capital turca, que juntou mais de 100 mil pessoas, as autoridades turcas proibiram gradualmente a Marcha do Orgulho, justificando a proibição com preocupações de segurança.

Desde então, os manifestantes que desafiam aquela proibição têm sido severamente reprimidos, com agressões, detenções e sentenças com mão pesada. Em junho, mais de 200 pessoas foram presas e são frequentemente maltratadas pelas autoridades.

Leia Também: Polícia sérvia entra em confronto com manifestantes em marcha LGBTQ

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