Segundo a agência de noticias francesa, o apelo à manifestação foi feito por mais de 100 grupos e associações conservadoras, sendo que a maioria delas é próxima do governo do Presidente Recep Tayyip Erdogan, que apelaram à proibição de grupos de direitos de homossexuais e transexuais.
"Proteja a sua família e a sua geração", "Não deixaremos que aqueles que fazem guerra à família", "Diga não ao projeto de sociedade sem género", ou "Papá + mamã + bebé = família", descreve a AFP, são alguns dos slogans utilizados pela multidão.
Nas redes sociais, muitos internautas turcos partilharam mensagens contra a "marcha do ódio", em solidariedade com as pessoas LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgênero], visadas pela manifestação.
Também a classificação de "interesse público" dada à publicidade e anúncios de apoio aquela marcha pelo Conselho de Radiodifusão Turco suscitou protestos de grupos de direitos humanos.
A homossexualidade, descriminalizada na Turquia desde meados do século XIX (1858), não é proibida, mas está sujeita à repressão social e à hostilidade do partido governante Islamo-conservador AKP e do governo de Erdogan.
Em 2021, o governo turco abandonou a Convenção de Istambul, um tratado de direitos da mulher, argumentando que o documento encoraja a homossexualidade e ameaça a estrutura familiar tradicional.
Depois de uma grande marcha, em 2014, na capital turca, que juntou mais de 100 mil pessoas, as autoridades turcas proibiram gradualmente a Marcha do Orgulho, justificando a proibição com preocupações de segurança.
Desde então, os manifestantes que desafiam aquela proibição têm sido severamente reprimidos, com agressões, detenções e sentenças com mão pesada. Em junho, mais de 200 pessoas foram presas e são frequentemente maltratadas pelas autoridades.
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