Na sua habitual comunicação noturna, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou sobre a mais recente decisão russa de "mobilização parcial", anunciada na quarta-feira por Vladimir Putin.
Começou por referir que "a decisão da Rússia sobre a mobilização é uma constatação de que o seu exército regular, que está preparado há décadas para conquistar um país estrangeiro, não resistiu e desmoronou". Por isso, a guerra "entrou em todos os lares russos".
Sublinhou de seguida que "quando a Rússia declara que supostamente quer negociações, mas anuncia mobilização, tudo está claro. A própria Rússia enterra a perspectiva de negociações com as próprias mãos".
O presidente informou que a inteligência ucraniana sabe que "a liderança russa está a preparar-se para levar até um milhão de homens para o exército" e que "55 mil soldados russos morreram nesta guerra em seis meses" além de que "dezenas de milhares estão feridos e mutilados".
Desta forma apela: "Querem mais? Não? Então protestem! Lutem! Fujam! Ou rendam-se ao cativeiro ucraniano. São as únicas opções para sobreviverem".
Recorde-se que mais de 1.300 pessoas foram presas na quarta-feira durante manifestações contra a mobilização improvisadas em toda a Rússia, segundo a organização não-governamental OVD-Info.
O anúncio da mobilização também provocou um forte fluxo de russos que desejam deixar o país, com filas registadas nas fronteiras terrestres e nos aeroportos.
O Kremlin já reagiu a essas notícias, considerando tratar-se de uma fenómeno "fortemente exagerado" pelos políticos e pela imprensa.
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