"Há uma determinação coletiva de que não podemos sucumbir às tentativas de intimidação por parte da Rússia, pelo contrário, aquilo que nos temos de fazer enquanto NATO é cerrar fileiras, continuar a dar apoio aos estados que têm fronteira com a Rússia", disse esta sexta-feira João Gomes Cravinho aos jornalistas, no rescaldo de um encontro informal dos parceiros transatlânticos, promovido pelo chefe da diplomacia norte-americana Anthony Blinken.
Os aliados, que contaram com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, debruçaram-se sobre a escalada da guerra na Ucrânia, proporcionada pela Rússia, depois do anúncio da mobilização militar parcial, na quarta-feira.
Questionado pelos jornalistas sobre se o anúncio da mobilização de milhares de reservistas russos poderá ter consequências ao nível da organização militar na Europa, Cravinho indicou que não acredita que exista, ainda, essa necessidade.
"Ainda não estamos a ver essa necessidade. Pode ser que daqui a seis ou oito meses cheguemos a outra conclusão. Para já não acreditamos que esta medida tenha grande eficácia militar", disse, sublinhando, paralelamente, que esta mobilização não tem o intuito que a Rússia lhe parece conferir.
"É uma mobilização de militares que estavam na reserva para, evidentemente, fazer face às grandes perdas sofridas pela Rússia, embora Putin ainda não admita isso, a lógica só pode ser essa", disse, explicando que não acredita que "venha a ter grandes consequências".
Recorde-se que João Gomes Cravinho e António Costa estão em Nova Iorque, onde têm mantido reuniões bilaterais para, entre outros objetivos, promover a candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente no Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027-2028.
[Notícia em atualização]