Ucrânia. União Europeia denuncia "mentiras" da Rússia às Nações Unidas

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, aproveitou hoje o seu discurso perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) para denunciar as "mentiras" da Rússia sobre a Ucrânia e o efeito da guerra a nível mundial.

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Lusa
23/09/2022 18:35 ‧ 23/09/2022 por Lusa

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"O Kremlin está a conduzir uma guerra híbrida que combina violência armada com o veneno das mentiras", disse Michel, que acusou Moscovo de usar todo tipo de falsidade para justificar a sua invasão.

Assim, o presidente do Conselho Europeu insistiu que o Governo russo se mobilizou contra um "inimigo invisível" que supostamente o ameaça, quando a realidade é que "ninguém ameaçou, atacou ou invadiu a Rússia" e "ninguém na Europa queria um conflito".

Michel também atacou o argumento russo de que teve que intervir na Ucrânia para evitar um suposto genocídio contra os russófonos, algo que o Kremlin tem repetido muitas vezes e que para a União Europeia é algo inventado.

O político belga também criticou a insistência da Rússia em falar numa "operação militar especial" e não de guerra: "É uma guerra, uma agressão não provocada, ilegal, injustificada, que busca mudar pela força fronteiras reconhecidas internacionalmente e isso não é aceitável".

Segundo Michel, a recente mobilização parcial de reservistas anunciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, só confirma isso.

O presidente do Conselho Europeu defendeu as sanções impostas pelos Vinte e Sete como algo "inevitável" para deter o Kremlin e destacou que o grupo não é de forma alguma responsável pela crise de abastecimento de alimentos e fertilizantes que o mundo enfrenta, como sustenta Moscovo.

"Isso é falso. Foi a Rússia que, ainda antes da guerra, decidiu unilateralmente reduzir o nível das suas exportações de cereais e fertilizantes", sublinhou Michel, que lembrou que foi também Moscovo que impôs um bloqueio naval ao Mar Negro que impediu durante meses a saída de grãos da Ucrânia.

O político belga pediu que o mundo inteiro se una para evitar que "as ações destrutivas" de um país - a Rússia- arruínem todo o trabalho de resposta aos grandes problemas globais.

Segundo disse, a União Europeia não pede a ninguém que escolha entre o oriente e o ocidente, ou entre o norte e o sul, mas é preciso tomar uma posição e a posição da Europa é defender o respeito pelas fronteiras e pela cooperação, face às agressões e ameaças.

Michel alertou para as crescentes fraturas internacionais e disse que a Europa quer ser líder, mas através da cooperação, ouvindo o resto do mundo e sem pregar a ninguém.

A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa.

Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.

O evento decorre sob o tema "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados", e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.

Leia Também: Ameaça nuclear? "A Rússia tem tudo a perder e nada a ganhar"

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