Os corpos estavam deteriorados e não foram identificados, disse um membro da milícia local, admitindo que possam ter sido "terroristas que saíram feridos quando invadiram a aldeia Homba" na última semana e que acabaram por sucumbir.
"Vê-se que são caras novas", acrescentou.
A descoberta foi feita enquanto a população fazia atividades de rotina na mata.
"Estávamos à procura de lenha bem perto da aldeia e sentimos um cheiro forte: eram pessoas mortas com marcas de violência", disse uma mulher de Homba que, entretanto, está com a família em fuga para a sede de distrito.
Outra fonte disse que a descoberta foi feita depois de ataques feitos por desconhecidos nas últimas semanas, motivando a debandada de várias comunidades (Nanhala, Homba, Xaxaxa, Mandela, Mapate e Nangumbe).
"Estamos a sair. O cenário é de medo e vamos para a sede distrital de Mueda", acrescentou.
O comandante-geral da polícia moçambicana anunciou na quarta-feira a morte de 16 supostos terroristas desde o início da semana.
"Hoje foram enterrados 16 terroristas que morreram por ferimentos causados pelas armas das Forças de Defesa e Segurança, além de cobras, leões e até de crocodilos", disse Bernardino Rafael.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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