David Pereira Silva, de 30 anos, esperava o ex-Presidente na porta de um hotel no centro da cidade onde este e os dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) acompanharam o apuramento dos votos, em São Paulo.
"Estava na Avenida Paulista, mas tive a informação de que o Lula estava aqui e vim participar. Estamos contando voto a voto, não foi desta vez, mas será na segunda volta" a 30 de outubro, afirmou.
Na Avenida Paulista, para onde Lula da Silva seguiu para um breve encontro com os seus apoiantes, eleitores que preparavam uma festa motivados pelas sondagens que apontavam a possibilidade de vencer a eleição presidencial na primeira volta, o clima também era mais otimista do que pessimista.
Thais Feitosa, de 35 anos, disse ser apoiante do PT e de Lula da Silva há muito tempo e defendeu que os brasileiros que apoiam a esquerda precisam "dar o apoio não só nas urnas, como também fora delas" aos candidatos do campo progressista.
"É muito importante esse apoio físico, de sentir que a militância está junta. Tanto com o [candidato do PT, Fernando] Haddad para governador [de São Paulo] como com Lula da Silva para a Presidência", defendeu.
"Aqui as cosias estavam bem animadas, o pessoal chegou cedo, estava bem cheio e foi bem tranquilo. (...) Isso demonstra que essas pessoas se lembram de que já viveram tempos melhores e querem que isso volte", acrescentou.
Depois de acompanhar a contagem de votos no sindicato dos bancários, Diego Carvalho, de 37 anos, contou que se deslocou para a Avenida Paulista para sentir o calor dos apoiantes de Lula da Silva.
"Não fiquei dececionado porque ele chegou muito próximo dos 50% e outros candidatos derrotados parecem ter mais proximidade com o Lula do que com o Bolsonaro. O que me impressionou e me preocupa não é o resultado pior do que a gente esperava em relação ao Bolsonaro, mas o que isto pode significar na sociedade, na população com o engajamento deste tipo de ideia fascista do Bolsonaro", avaliou.
"Faltou muito pouco, um pouco mais de 1% dos votos para o Lula vencer e a [Simone] Tabet e o Ciro[Gomes], imagino, devem manifestar apoio ao [ex-]Presidente Lula, então, com certeza vai chegar a vitória", concluiu.
Com 99,96% das secções eleitorais apuradas, o candidato do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva, tinha 48,42% dos votos, contra 43,21% de Jair Bolsonaro.
Em terceiro lugar, mas com apenas 4,16% dos votos, ficou a candidata Simone Tebet, enquanto o candidato Ciro Gomes ficou foi o quarto mais votado, com 3,04%.
Soraya Tronicke (0,51% dos votos), Luís Felipe D'Ávila (0,47%), Padre Kelmon (0,07%), Leonardo Péricles (0,05%), Sofia Manzano (0,04%), Vera Lúcia (0,02%) e Eymael (0,01%) foram os restantes candidatos às presidenciais de domingo.
Mais de 156 milhões de eleitores brasileiros foram chamados às secções de voto, onde estavam instaladas 577.125 urnas eletrónicas, espalhadas por 5.570 cidades do país.
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