Em Kherson, no sul, de acordo com as fontes da Associated Press (AP), têm-se travado as batalhas "mais duras" e com avanços mais lentos, comparando com a contra-ofensiva de Kyiv na zona de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, em setembro.
Kherson é uma das quatro regiões que Moscovo declarou anexadas na semana passada, após um referendo organizado pelo Kremlin e denunciado pelo Ocidente como uma farsa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje que as regiões de Donetsk e Lugansk vão juntar-se à Rússia mantendo as fronteiras que existiam antes de 2014 (ano da primeira invasão da Ucrânia).
Peskov voltou a afirmar que as fronteiras das regiões de Kherson e Zaporijia são questões "ainda em aberto".
"Vamos continuar a discutir com os residentes dessas regiões", disse Peskov numa conferência de imprensa sem fornecer mais detalhes.
Hoje, órgãos de comunicação social ucranianos publicaram imagens das tropas ucranianas a içar bandeiras na cidade de Khreshchenivka, na região de Kherson.
A Ucrânia tem pressionado militarmente as forças russas na zona de Kherson desde o verão, tentando cortar as linhas de abastecimento do Exército da Rússia a oriente do rio Dniepre.
Segundo a AP, os militares da Ucrânia têm utilizado armamento norte-americano, nomeadamente o lança-foguetes de artilharia HIMARS, sobretudo na zona da principal ponte do Dniepre, em Kherson.
De acordo com a AP, as cabeças de ponte russas também têm sido alvo da artilharia de Kyiv na margem direita do rio para tornar as travessias inoperantes.
Apesar dos êxitos nos ataques contra as linhas de abastecimento russas, a ofensiva ucraniana no sul tem sido mais lenta, comparando com a campanha militar no nordeste do território.
Entretanto, a Rússia atacou no domingo Kryvyi Rih, a cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com aparelhos voadores não tripulados (drones) mas, segundo a AP, os militares ucranianos mantêm posições.
As últimas declarações políticas e militares do presidente russo Vladimir Putin, nomeadamente a anexação ilegal dos territórios ucranianos levaram a Ucrânia a pedir formalmente a adesão à Aliança Atlântica.
Zelensky referiu-se à NATO no domingo, mencionando no mesmo discurso a reconquista de Lyman, um ponto considerado estrategicamente importante para o abastecimento e logística da Rússia.
Hoje, uma nota do gabinete do chefe de Estado da Ucrânia referia também ataques russos contra oito regiões ucranianas nas últimas 24 horas.
Os últimos ataques, segundo Kyiv, fizeram dois mortos e 14 feridos, todos entre a população civil.
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