Irão. EUA "indignados" com repressão em manifestações estudantis
Os Estados Unidos estão "alarmados e indignados" com a repressão das autoridades iranianas aos protestos estudantis, disse hoje a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
© Somodevilla/Getty Images
Mundo Casa Branca
"Estamos alarmados e chocados com os relatos de como a aplicação da lei está a responder com violência e detenções em massa em protestos pacíficos de estudantes", adiantou à imprensa Jean-Pierre, enquanto viaja com o Presidente norte-americano, Joe Biden, para Porto Rico.
Confrontos violentos eclodiram entres estudantes e forças de segurança numa importante universidade de Teerão, mais de duas semanas depois do início dos protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, anunciaram hoje a imprensa estatal e organizações não governamentais (ONG).
O líder supremo iraniano, o aiatola Ali Khamenei, acusou hoje os inimigos -- Estados Unidos e Israel -- de fomentar o movimento de protesto contra o Governo.
"O tratamento do Governo iraniano às mulheres e essa repressão violenta a protestos pacíficos... são apenas os tipos de comportamento que levam jovens iranianos talentosos a deixar o seu país aos milhares em busca de dignidade e oportunidades", disse a porta-voz de Biden.
No entanto, Jean-Pierre salientou ainda que os Estados Unidos poderiam, por um lado, condenar essa repressão e, por outro, continuar as negociações para tentar ressuscitar o acordo internacional de 2015 sobre a energia nuclear iraniana.
Este acordo é "a melhor forma, na nossa opinião, de abordar o problema nuclear. (...) Enquanto acreditarmos que continuar [essas] discussões é do interesse de segurança nacional dos Estados Unidos, nós o faremos", assegurou.
"No auge da Guerra Fria, quando o presidente [Ronald] Reagan chamou a União Soviética de império do mal, ele também estava a negociar o controlo de armas" com os russos, justificou.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico convocou hoje o mais alto representante diplomático do Irão no Reino Unido, Mehdi Hosseini Matin, para expressar a sua condenação pela violência exercida contra manifestantes em Teerão.
"Deixámos o nosso ponto de vista claro para as autoridades iranianas. Em vez de culpar os atores externo pela turbulência, deveriam assumir a responsabilidade pelas suas ações e ouvir as preocupações do seu povo", disse o ministério, citado em comunicado.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, a violência infligida aos manifestantes pelas forças de segurança é "realmente chocante".
"Vamos continuar a trabalhar em conjunto com os nossos aliados para responsabilizar as autoridades iranianas pelas suas flagrantes violações de direitos humanos", acrescentou.
Leia Também: Irão e EUA alcançam acordo para troca de prisioneiros
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com