Delegados de ambas as partes convocaram uma conferência de imprensa na capital venezuelana, onde, acompanhados por representantes da Igreja Católica e de Cuba e da Noruega, ambos países garantes, confirmaram o reinício das negociações.
Horas depois, o Presidente colombiano, Gustavo Petro, partilhou nas suas redes sociais um comunicado conjunto em que tanto o Governo como o ELN confirmam o retorno ao caminho dos acordos e dos avanços obtidos nas conversações de 2016.
"Anuncia-se o restabelecimento do processo de diálogo na primeira semana do mês de novembro de 2022", indica a nota, na qual também se refere que a participação da sociedade civil nas conversações de paz é "essencial".
O Alto-Comissário para a Paz na Colômbia, Ivan Danilo Rueda, o primeiro comandante do ELN, António García, e o segundo comandante da guerrilha, Pablo Beltrán, assinam o comunicado, no qual também se agradece o papel dos países garantes, da Igreja Católica e da Missão de Verificação das Nações Unidas.
Já na segunda-feira, a delegação negocial do ELN se deslocou de Cuba para a Venezuela para iniciar as conversações com representantes do Estado colombiano, depois de o Governo ter desistido da exigência de extradição de alguns líderes guerrilheiros.
"Elimina-se naturalmente o pedido de extradição. Falar com uma pessoa procurando a paz e, ao mesmo tempo, estar a solicitar a sua extradição seria um disparate e seria também uma espécie de declaração de guerra eterna -- nós estamos comprometidos com a paz total", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva.
Assim, o Governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional retomam o caminho do diálogo para alcançar a paz, suspenso desde 2018, com a chegada à Presidência da República de Iván Duque, e definitivamente abandonado após um atentado do ELN a uma escola de Polícia em Bogotá em 2019, que fez 23 mortos e quase cem feridos.
Agora, o novo chefe de Estado, Gustavo Petro, insistiu em repetidas ocasiões na necessidade de chegar a acordo sobre o fim dos confrontos e mostrou-se, inclusive, a favor de alcançar um pacto de "paz total" com todos os agentes armados da Colômbia.
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