"O ataque vingativo da Venezuela aos críticos do governo torna o país inadequado para fazer parte do principal órgão de direitos humanos da ONU", disse Louis Charbonneau, diretor das Nações Unidas da organização não-governamental (ONG) com sede em Nova Iorque, citado em comunicado.
Segundo Charbonneau, a eleição da Venezuela "prejudicaria a credibilidade da ONU ao recompensar as autoridades venezuelanas com o papel de julgar outros países enquanto maltratam a sua população".
A eleição dos novos membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas realiza-se em 11 de outubro e a Venezuela concorre, com o Chile e a Costa Rica, a duas das vagas reservadas a países latino-americanos.
A eleição será realizada na Assembleia-Geral da ONU e os países selecionados terão um mandato de três anos no Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, na Suíça.
No caso da Venezuela, que está a concorrer à reeleição, a HRW denuncia o facto do Governo de Maduro "continuar a reprimir dissidências" e "torturar" presos políticos.
A Missão Internacional Independente da ONU para a Venezuela acusou, no mês passado, a inteligência civil e militar daquele país de cometer crimes contra a humanidade para reprimir a dissidência política por meio de abusos "do mais alto nível".
A HRW destacou ainda que as forças de segurança mataram, pelo menos, 19 mil pessoas entre 2016 e 2019 em incidentes registados como "resistência às autoridades".
O Conselho de Direitos Humanos é composto por 47 países, eleitos para mandatos de três anos, e desde sua criação tem sido frequentemente criticado por ter estados com registos "questionáveis".
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