Uma eurodeputada cortou o cabelo, na passada terça-feira, durante um discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, em protesto contra a repressão de que as mulheres iranianas têm vindo a ser alvo.
"Três semanas em que as mulheres iranianas mostram coragem contínua", começou por dizer a sueca Abir al-Sahlani (que nasceu no Iraque), no âmbito das manifestações que têm ocorrido no Irão por causa da morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que morreu sob escolta policial - depois de ser detida pela polícia da moralidade por não ter o hijab consoante as regras.
"Estão a pagar o preço final pela liberdade - as suas vidas", afirmou, antes de se dirigir diretamente ao chefe da diplomacia europeia, dizendo-lhe que podia ter aproveitado pelo menos uma oportunidade para mostrar solidariedade com estas mulheres. "Quando não aproveitou a sua oportunidade na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas [ONU] para trazer o caso das mulheres no Irão e tomar uma posição", apontou.
Criticando o regime no Irão e a polícia do país, "que estão manchados de sangue", Abir al-Sahlani disse que não haveria "Deus nenhum que perdoaria os crimes contra a humanidade que estão a cometer". Reiterando o apoio às mulheres e homens do Irão, e dizendo que "até serem livres" os cidadãos da União Europeia estarão convosco, a eurodeputada pegou numa tesoura e começou a cortar o cabelo.
A responsável europeia exclamou ainda “Jin, Jiyan, Azadi", que significa "Mulher, vida, liberdade" em curdo. O gesto de cortar o cabelo tem sido gravado por centenas de mulheres numa demonstração de apoio para acabar com a violência no Irão. Nahsa Amini tinha 22 anos e era curda.
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