A denúncia foi feita pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas da Coreia do Sul, que não deu detalhes sobre até onde voou o projétil.
O lançamento ocorreu dois dias depois de a Coreia do Norte ter disparado um míssil de alcance intermédio sobre o Japão, pela primeira vez em cinco anos, numa aparente resposta aos exercícios militares dos EUA com a Coreia do Sul e o Japão.
O míssil norte-coreano viajou cerca de 4.500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico.
O projétil balístico atingiu uma altura de cerca de mil quilómetros e sobrevoou principalmente o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkaido (norte) e Honshu, onde fica Tóquio.
É a primeira vez desde 2017 que a trajetória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês, facto que o Japão classificou como "uma ameaça grave e iminente" à sua segurança e como "um claro e grave desafio à comunidade internacional".
Já hoje, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia e a China demarcaram-se de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico realizado pela Coreia do Norte e que sobrevoou o território do Japão.
Excetuando a Rússia e a China, todos os membros do Conselho de Segurança criticam o lançamento do míssil norte-coreano, referindo que foram violadas várias resoluções das Nações Unidas.
Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra o Governo de Pyonyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais.
Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em maio passado, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo hoje mantido a mesma linha de orientação.
Moscovo e Pequim culparam os Estados Unidos e os seus aliados pelos últimos testes de armas realizados pela Coreia do Norte, afirmando que estes foram realizados em resposta às suas manobras militares na região.
Os dois países insistiram que é Washington que deve fazer concessões para facilitar o regresso ao diálogo com Pyongyang e que não consideram apropriadas novas sanções.
Por seu lado, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de repetirem "o mito de que as provocações da Coreia do Norte são, de alguma forma, uma consequência das políticas e ações hostis dos Estados Unidos".
"Não toleraremos que nenhum país culpe as nossas ações defensivas para responder às ameaças da Coreia do Norte como a causa inerente dessas ameaças", sublinhou Thomas-Greenfiled, que lembrou que este ano Pyongyang já lançou 39 mísseis balísticos, um novo recorde.
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