Os ataques crescentes de grupos armados não estatais no leste do país levaram a um aumento significativo dos casos de violência sexual, tendo "consequências arrasadoras" predominantemente para mulheres e crianças.
Em comunicado, a organização afirmou que as crianças estão cada vez mais sujeitas a violações de direitos humanos, incluindo "recrutamento e sequestro por grupos armados, além da ameaça de agressões sexuais".
Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), as milícias locais também coagiram raparigas a casamentos precoces, afirmando que "desde fevereiro, pelo menos nove meninas teriam sido forçadas a casar".
A ONU referiu ainda a falta de visibilidade sobre os atos de violência sexual, que apesar da escala da crise, "continuam a ser amplamente subnotificados devido ao medo do estigma, às ameaças de retaliação e ao acesso inadequado a serviços humanitários".
As autoridades da ONU pediram medidas urgentes de responsabilização e a implementação de respostas sensíveis ao género e com foco nas faixas etárias mais novas.
A organização afirma que "restaurar serviços essenciais de proteção e ajuda humanitária é essencial para ajudar os sobreviventes a recuperar a sua saúde, dignidade e sensação de segurança".
A República Democrática do Congo enfrenta atualmente uma das crises de deslocados mais graves do mundo, com 7,8 milhões de pessoas desalojadas internamente.
O conflito prolongado levou 1,1 milhões de congoleses a fugir para países vizinhos, sendo que as crianças representam mais da metade da população de refugiados.
Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), apoiados pelo Ruanda, tomaram importantes cidades, como Goma e Bukavu, desestabilizando ainda mais a região.
O leste do país é rico em minerais e é afetado há anos com conflitos entre diversas fações armadas.
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