"O lado russo apontou os perigos do aumento das entregas de armas e equipamentos ao regime de Kiev, bem como a intensificação dos programas de formação para o treino de militares ucranianos", destacou a diplomacia russa em comunicado.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, fez uma avaliação sobre os princípios do apoio técnico militar à Ucrânia pela França e outros países ocidentais, referiu o governo russo na nota de imprensa.
A diplomacia russa também insistiu que as ajudas a Kiev "contradizem as declarações oficiais de Paris sobre o seu interesse em alcançar uma solução pacífica na Ucrânia".
Para a Rússia, a entrega de armas pesadas e de longo alcance a Kiev "não ajuda a resolver o conflito" e "agrava-o".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia também criticou a presidência francesa do Conselho de Segurança da ONU, apontando que esta está a colocar obstáculos para adiar reuniões importantes deste órgão internacional e a "privar os representantes russos da possibilidade de uma participação plena nestas".
Moscovo criticou o atraso com que França, atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, respondeu negativamente ao pedido dos russos para convocar uma sessão urgente, em 29 de setembro, sobre as fugas nos gasodutos russos no mar Báltico, adiando para o dia seguinte.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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