Raisi encarregou o ministro do Interior, Ahmed Vahidi, de averiguar a violência na província do Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irão.
Na passada sexta-feira, manifestantes foram brutalmente reprimidos pelas forças de segurança em Zahedan.
De acordo com a agência de notícias ISNA, Raisi ordenou hoje que Vahidi viaje para o locar para iniciar a investigação de imediato.
Os protestos custaram a vida do chefe da Inteligência da Guarda Revolucionária na província do Sistão-Baluchistão, identificado como Ali Mousavi, segundo a agência de notícias estatal Tasnim, com ligações à ala ideológica do Exército iraniano.
Mousavi terá morrido durante uma ofensiva realizada por "um grupo de elementos antirregime" junto à mesquita Makki, onde abriram fogo de forma indiscriminada, segundo a versão das autoridades.
Mais tarde, as forças de seguranças mataram o responsável pela morte de Mousavi, um "atirador de elite" que morreu numa operação da unidade Salman da Guarda Revolucionária, o corpo militar e ideológico de elite da República Islâmica.
Pelo menos 82 pessoas foram mortas desde sexta-feira na repressão às manifestações de protesto contra as autoridades iranianas, em Zahedan, denunciou hoje a Amnistia Internacional.
"As forças de segurança iranianas mataram ilegalmente pelo menos 66 pessoas, incluindo crianças, e feriram outras centenas depois de abrir fogo com munições reais e lançar gás lacrimogéneo contra manifestantes, transeuntes e fiéis" durante as manifestações de 30 de setembro nesta cidade da província do Sistão-Baluchistão, de acordo com aquela organização.
Segundo a Amnistia Internacional, desde essa data, "16 outras pessoas foram mortas em incidentes separados em Zahedan, como parte da repressão contra esses protestos".
Além disso, "elementos recolhidos junto de ativistas, familiares de vítimas, testemunhas oculares e imagens e vídeos das manifestações sugerem que o número real de mortes em Zahedan possa ser superior", denuncia a organização, que acrescenta que "pelo menos três crianças" morreram desde 30 de setembro.
"A maioria das vítimas foi baleada na cabeça, coração, pescoço e torso, revelando uma clara intenção de matar ou ferir gravemente", insiste a Amnistia Internacional, com base nos dados angariados.
De acordo com a organização Iran Human Rights, os protestos foram desencadeados por acusações de que um chefe de polícia da cidade portuária de Chabahar, também localizada na província do Sistão-Baluchistão, teria violado uma menina de 15 anos de idade, Baloch Sunni.
A acusação foi tornada pública em setembro por um líder religioso na cidade de Rask, a sul de Zahedan, provocando protestos que mais tarde se espalharam para a principal cidade da região.
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