A Tailândia ficou em estado de choque após o ataque de quinta-feira numa pequena cidade rural numa das regiões mais pobres do país. Pelo menos 24 das 36 pessoas mortas no ataque, o mais mortal da Tailândia, eram crianças.
"Chorei até não ter mais lágrimas para sair dos meus olhos. Eles estão no meu coração", disse Seksan Sriraj, de 28 anos, que perdeu a sua mulher grávida no ataque ao Centro de Desenvolvimento Infantil, em Uthai Sawan.
"A minha mulher e o meu filho foram para um lugar tranquilo. Estou vivo e terei que viver. Se eu não puder continuar, a minha mulher e o meu filho ficarão preocupados comigo e não renascerão na próxima vida", disse Seksan Sriraj.
Representantes da realeza e do Governo, com roupas brancas, colocaram coroas de flores em mesas cerimoniais em frente à porta principal da creche na manhã de hoje, enquanto uma bandeira tailandesa desbotada tremulava a meio mastro.
Posteriormente, os familiares deram as mãos para uma oração, antes de colocarem flores brancas no chão do local, seguidos por habitantes da localidade que também se deslocaram à creche.
O primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, visitou a creche, e o Rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, e a rainha, devem ir ainda hoje aos hospitais onde sete das 10 pessoas feridas permanecem. Uma vigília está marcada para um parque central da capital, Banguecoque.
A polícia identificou o agressor como Panya Kamrap, de 34 anos, um ex-sargento da polícia demitido no início deste ano devido a uma acusação relacionada com drogas, pela qual o atacante deveria comparecer hoje em tribunal.
Segundo a polícia local, depois do ataque à creche, o homicida dirigiu-se para casa, onde matou a sua mulher e filho antes de se suicidar.
Um funcionário da creche disse a uma emissora de televisão tailandesa que o filho de Panya Kamrap frequentou a creche, mas há um mês que não ia ao local.
As condolências e apoio foram enviados de todo o mundo.
"Todos os australianos enviam o seu amor e condolências", disse o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, na rede social Twitter.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, assinalou a violência "sem sentido e de partir o coração".
O Papa Francisco ofereceu orações por todos os afetados pela "violência indescritível".
"Estou profundamente entristecido pelo tiroteio hediondo numa creche na Tailândia", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no Twitter.
Tiroteios em massa são raros, mas não inéditos na Tailândia, que tem uma das maiores taxas de posse de armas civis na Ásia, com 15,1 armas por 100 pessoas, em comparação com apenas 0,3 em Singapura e 0,25 no Japão.
O pior tiroteio em massa anterior da Tailândia envolveu um militar que em 2020 abriu fogo num centro comercial na cidade de Nakhon Ratchasima, no nordeste do país, matando 29 pessoas e barricando-se durante 16 horas antes de ser as forças de segurança por cerca de 16 horas antes de ser morto.
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