"As conversas bilaterais abordarão os últimos desenvolvimentos relacionados com a crise na Ucrânia, onde o país procurará obter resultados positivos para a desescalada militar, reduzir as repercussões humanitárias e chegar a um acordo político para alcançar a paz e a segurança mundiais", refere, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país do Médio Oriente.
O governo dos EAU recordou a "total vontade" dos Emirados em apoiar "os esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise na Ucrânia" e apelou ao respeito "das regras e princípios do direito internacional".
O encontro entre Bin Zayed e Putin, ainda segundo a nota de imprensa, ocorre "no âmbito dos esforços contínuos dos Emirados para contribuir para alcançar a segurança e a estabilidade na região e no mundo".
Esta é a primeira viagem de Bin Zayed a Moscovo desde que assumiu a presidência dos Emirados, após a morte de seu meio-irmão, Khalifa, em maio.
Os Emirados e a Rússia fazem parte da aliança Opep+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, que na semana passada decidiu reduzir a sua produção em dois milhões de barris por dia, o maior corte na oferta de petróleo desde maio de 2020, e que é equivalente a 2% da oferta mundial de petróleo bruto.
A medida da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e os seus dez aliados externos, foi duramente criticada pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais, que há meses pedem à Opep+ que abra as torneiras, para baixar os preços de combustíveis e energia e, assim, conter a inflação galopante que afeta as suas economias.
Os Emirados, entre outros países árabes como a Arábia Saudita ou o Qatar, mostraram-se relutantes em condenar a invasão russa da Ucrânia, bem como em expulsar a Rússia da OPEP+, defendendo a "não politização" da organização.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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