Líder da junta do Chade promete governo de unidade nacional para breve
O líder da junta militar do Chade, Mahamat Idriss Déby, prometeu formar "nos próximos dias" um governo de unidade nacional após tomar posse na segunda-feira como presidente interino do país.
© CHRISTOPHE PETIT TESSON/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Chade
"O governo de unidade nacional que será estabelecido nos próximos dias trabalhará para que a vontade do povo chadiano não sofra qualquer revés", disse Déby, antes de destacar que estas autoridades "trabalharão para responder às preocupações legítimas da população".
Déby, que tomou posse na segunda-feira durante uma cerimónia no Palácio 15 de Janeiro, na capital, Djamena, destacou "a valentia e a resiliência do povo chadiano" e prometeu "dedicar totalmente a segunda fase da transição a aplicar as conclusões do Diálogo Nacional Inclusivo".
E insistiu que entre os principais objetivos da nova fase da transição estarão "a organização de um referendo", "a organização de eleições" e a melhoria da "segurança interna" para "pôr fim aos conflitos intercomunitários".
O presidente de transição prometeu dar "uma atenção especial à justiça" e trabalhar para melhorar a vida da população "em termos de acesso a água potável e energia, serviços de saúde, educação de qualidade, empregos decentes, segurança alimentar e infraestruturas rodoviárias".
O Chade prolongou no início de outubro, até ao máximo de dois anos, o período de transição até às eleições, mantendo como chefe de Estado o chefe da junta militar, que será autorizado a candidatar-se à presidência do país.
As medidas foram decididas pelo Diálogo de Reconciliação Nacional (DNIS), lançado a 20 de agosto, 16 meses após o jovem general Mahamat Idriss Déby Itno ter sido proclamado pelo exército como presidente após a morte do seu pai, Idriss Déby Itno, morto durante confrontos com os rebeldes.
O governante tinha prometido devolver o poder aos civis após 18 meses, prazo que terminaria este mês.
A morte de Idriss Déby Itno - que estava no poder desde 1990, após liderar um golpe que derrubou o ditador Hissène Habré - foi um duro golpe para a estabilidade do país e da região, devido à importância do território na luta contra o terrorismo internacional no Sahel e na bacia do Lago Chade.
Desde a sua independência de França, em 1960, a história do Chade tem sido marcada por golpes e ofensivas rebeldes.
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