A autoridade judiciária do país anunciou, através do seu 'site' oficial, "a acusação de 60 pessoas" em Teerão e outras 65 na província de Hormozgan, no sul, detidas durante os "recentes motins", sem especificar as acusações.
"Dado que os manifestantes (indiciados) desempenharam um papel central na formação de encontros ilegais, a queima e ataque a alguns locais públicos e privados e semearam o terror entre a população, o procurador rapidamente investigou os seus casos", declarou o chefe da justiça de Hormozgan, Mojtaba Ghahremani, citado pelo Mizan Online, o site da justiça iraniana.
"A partir de agora, aqueles que atacam a vida e a propriedade de pessoas, instalações policiais, militares e urbanas ou encorajam e incitam as pessoas a motins, serão tratados de uma forma decisiva", disse, sem mais esclarecimentos, Ali Salehi, procurador de Teerão, citado hoje pelo Mizan online.
Este movimento de protesto no Irão foi desencadeado pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, que morreu três dias após a sua detenção em Teerão pela polícia de moralidade, que a acusou de violar o estrito código de vestuário da República Islâmica para as mulheres, especialmente o uso do véu.
Desde a sua morte, houve mais de uma centena de mortos, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, em manifestações descritos como "motins" pelas autoridades, enquanto centenas de outras foram detidas em várias cidades do país.
Segundo a organização não governamental (ONG) Iran Human Rights, pelo menos 108 pessoas foram mortas na repressão dos protestos, que duram há quase um mês.
Em 25 de setembro, a imprensa iraniana noticiou a detenção de 88 manifestantes em Hormozgan e de quase 1.200 outros, incluindo 60 mulheres no norte do país.
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