A denúncia, que data de abril deste ano, foi feita por um dos funcionários da empresa dos EUA, que negou a acusação de que havia “equipamento da Extreme Networks a ser usado em navios de guerra russos”.
A agência de notícias Reuters avançou que, apesar das sanções em vigor desde 2014, foram mesmo fornecidos sistemas de comunicação a fabricantes de material bélico russo.
Na altura da invasão da Crimeia, as empresas americanas foram proibidas de negociar com a MMZ Avangard, empresa estatal que fabrica mísseis do sistema de defesa anti-aéreo S-400 para a Rússia e que tinha sido incluída na lista negra dos EUA desde 2014.
A Extreme Networks reagiu, em resposta à agência noticiosa, afirmando não ter fornecido qualquer material militar e que a denúncia partiu de um funcionário insatisfeito.
Porém, a Reuters iniciou uma investigação, onde analisou documentos entre 2017 e 2021 - como relatórios de vendas e contacto com fontes - nos quais encontrou provas destas vendas proibidas e identificou três empresas do setor militar russo como compradoras finais dos serviços.
De acordo com uma das fontes, citada pela Reuters, a MMZ Avangard operou com uma ‘empresa fachada’ para contornar as sanções americanas e usou a DEMZ - empresa de fabrico de ferramentas para manutenção de carruagens ferroviárias -, inativa desde 2016, em seu proveito.
Em comunicado dirigido à Reuters, a Extreme disse que, com base nas informações divulgadas, acredita que o equipamento poderá ter sido vendido à MMZ Avangard através de um comprador ‘fantasma’, sem o seu conhecimento e consentimento.
A empresa norte-americana afirmou ainda que está a colaborar com as autoridades dos EUA acerca destas descobertas.
Tanto o Kremlin como o MMZ Avangard não se pronunciaram sobre o tema, avança a Reuters.
Recorde-se que a Ucrânia acusou a Rússia de lançar mísseis fabricados pelo MMZ Avangard contra alvos terrestres desde a invasão ucraniana, em 24 de fevereiro.
Leia Também: Putin apela à indústria de armamento da Rússia para aumentar produção