Quatro mortos e 61 feridos em incêndio em prisão no Irão
Pelo menos quatro pessoas morreram e 61 ficaram feridas no incêndio e confrontos na principal prisão de Teerão, capital do Irão, onde estão detidos presos políticos, segundo um balanço divulgado pelas autoridades oficiais.
© Lusa
Mundo Irão
De acordo com fonte do Centro dos meios de comunicação social do poder judiciário iraniano, citada pela agência de notícias semi-oficial iraniana Tasnim, os quatro mortos tinham sido condenados por roubo.
A maioria dos presos que receberam cuidados de saúde sofreu intoxicação por inalação de fumos.
De acordo com uma fonte dos serviços de segurança, diversos presos atearam fogo ao armazém de roupa, provocando um incêndio e confrontos entre detidos e funcionários da prisão Evin, onde também são encarcerados presos políticos.
Pelo menos 70 presos foram resgatados. Dos 61 feridos, 51 já receberam alta e os outros permanecem internados.
De acordo com o governador da província de Teerão, Mohsen Mansuri, "os bombeiros e as forças de segurança têm o fogo na prisão de Evin sob controle e a situação está calma".
Os vídeos do incêndio foram divulgados nas redes sociais, enquanto os meios de comunicação como a Rádio Farda, uma estação em farsi financiada pelos Estados Unidos, noticiaram que as forças de segurança usaram gás lacrimogéneo para dispersar as famílias dos prisioneiros concentrados após tomarem conhecimento do fogo.
A prisão de Evin, situada a oeste de Teerão, possui uma área de 40 hectares e alguns dos seus módulos estão controlados pelo poder judicial, enquanto outros dependem do ministério das Informações e os serviços de informações dos Guardas da Revolução, força de elite do regime.
Diversas organizações de direitos humanos denunciam com frequência a prática de tortura nesta prisão, onde se encontram numerosos detidos considerados presos políticos, e ainda reclusos com dupla nacionalidade.
Os incidentes na prisão de Evin coincidem que os protestos provocados pelo morte de Masha Amini, 22 anos, em 16 de setembro, após ser detida pela polícias dos costumes em Teerão por uso incorreto do véu islâmico, obrigatório para as mulheres.
Após a morte da jovem curda, com versões contraditórias, foram desencadeados protestos em numerosas cidades do país, sobretudo protagonizados por jovens e que hoje prosseguiram apesar da forte repressão das forças de segurança.
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