Em simultâneo, na capital Port-au-Prince e em outras regiões do país, centenas de haitianos saíram às ruas para protestar contra o envio de uma força militar dos Estados Unidos e Canadá justificada pelo aumento da insegurança e a atividade de grupos armados.
"A situação é absolutamente dramática. O porto está bloqueado pelos 'gangs' que não deixam sair o combustível (...). Sem combustível, não há água. E haverá cólera", cujo tratamento necessita de uma boa hidratação, declarou Guterres perante os 'media'.
"É uma situação de verdadeiro pesadelo para a população do Haiti, principalmente em Port-au-Prince".
O terminal petrolífero de Varreux, o mais importante do país, está bloqueado por grupos armados desde meados de setembro, paralisando todo o país.
Neste contexto, Guterres apelou recentemente numa carta dirigida ao Conselho de Segurança que "examine com urgência o pedido do Governo haitiano de deslocar sem demora uma força armada especializada internacional para enfrentar a crise humanitária".
O Conselho de Segurança da ONU deve debater esta tarde (hora de Nova Iorque) a situação no país caribenho.
Centenas de manifestantes iniciaram entretanto protestos por toda a ilha, em particular na capital, contra o envio de forças militares norte-americanas e canadianas.
Os manifestantes, convocados pelo partido Pitit Desalin, concentraram-se no Campo de Marte, o maior jardim da capital, para depois se dirigirem ao aeroporto, segundo indicou o portal noticioso Gazette Haiti.
Entre barricadas e gritos de protesto, pediram a demissão do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, pela "intervenção" de forças armadas estrangeiras, pelo elevado custo de vida e as graves condições económicas.
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