O chefe da diplomacia norte-americana citou, em particular, a luta contra as alterações climáticas e as questões de saúde num mundo pós-pandemia como temas em que os dois países têm interesse em trabalhar juntos.
Sob a liderança de Xi Jinping, a China tornou-se "mais repressiva internamente e para o exterior", afirmou Blinken numa palestra na Universidade de Stanford, na Califórnia, o que "representa, em muitos casos, um problema em relação aos interesses e valores" dos EUA.
No entanto, a relação entre as duas potências "conserva aspetos de cooperação" e "alguns dos maiores problemas que precisam de resolver são mais difíceis se os dois países não cooperarem", acrescentou Blinken, apontando "o clima", a "saúde mundial" e a luta contra o tráfico de drogas.
"Mesmo que eles não queiram cooperar, há uma exigência enorme do resto do mundo, que espera que encontremos maneiras de progredir juntos nestas questões, porque isso os afeta tanto quanto a nós", frisou o secretário de Estado norte-americano.
A Casa Branca divulgou, na quarta-feira, a sua "Estratégia de Segurança Nacional", na qual reafirma as prioridades estratégicas do presidente Joe Biden.
O documento mostra que Washington pretende impor-se à China a longo prazo, conciliando uma lógica de "concorrência" com um adversário que tem "vontade de modificar a ordem internacional" e de "cooperação" com o país que continua a ser o maior parceiro comercial dos Estados Unidos.
O 20.º Congresso do Partido Comunista da China começou no domingo e deverá reconduzir Xi Jinping para um terceiro mandato presidencial no país.
Pequim opõe-se "categoricamente a qualquer forma de hegemonia e política de poder, à mentalidade de Guerra Fria e a ingerência em assuntos internos de outros países e a prática de dois pesos e duas medidas", disse o líder chinês na abertura do congresso, numa clara alusão aos EUA, sem mencionar explicitamente o país.
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