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Ajudante de campo de ex-ditador da Guiné-Conacri desafia-o a ser "homem"

O ex-ajudante de campo do antigo ditador Moussa Dadis Camara desafiou-o hoje a comportar-se como "um homem" e pedir perdão aos guineenses, perante o tribunal que julga os alegados autores do massacre de 28 de setembro de 2009.

Ajudante de campo de ex-ditador da Guiné-Conacri desafia-o a ser "homem"
Notícias ao Minuto

20:55 - 19/10/22 por Lusa

Mundo Guiné-Conacri

Moussa Dadis Camara, o seu ajudante de campo e uma dezena de ex-militares e funcionários governamentais, estão a ser julgados desde 28 de setembro por um tribunal criminal de Conacri pela série de assassínios, violações e atos de tortura cometidos durante a repressão de uma manifestação da oposição em 28 de setembro de 2009 e nos dias seguintes.

O tribunal começou a ouvir hoje um dos principais réus, o tenente Aboubacar Sidiki Diakité, conhecido como "Toumba", ex-ajudante de campo do capitão Camara e chefe da sua unidade de proteção, e que também é um dos principais acusadores do antigo ditador.

Após a abertura histórica do julgamento e antes do interrogatório do próprio Moussa Dadis Camara, este foi um dos momentos mais esperados do julgamento, que se espera venha a durar vários meses.

No tribunal, o tenente Diakité, dirigindo o olhar para o seu antigo presidente, desafiou-o a assumir o cargo de chefe de Estado aquando dos acontecimentos.

"Foi ele que ordenou tudo. Todos os que o aconselharam disseram-lhe para vir aqui dizer: 'Sou eu, Presidente Dadis, fui eu quem mandei você. Eu estava no comando, comandante-em-chefe das Forças Armadas Guineenses, Presidente da Transição, Presidente da República, fui eu, então o que aconteceu, o que aconteceu, sou eu, peço perdão ao povo da Guiné, e aqui está, mais uma vez perdão'. Isso é ser um homem", afirmou de forma assertiva Diakité.

Pelo menos 156 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas e pelo menos 109 mulheres foram violadas em 28 de setembro de 2009 e nos dias seguintes, de acordo com o relatório de uma comissão internacional de inquérito da ONU.

O tenente Diakité acusou no passado o capitão Camara de ter ordenado a repressão, mas o antigo ditador argumentou que as atrocidades cometidas foram perpetradas por homens descontrolados.

Leia Também: Presidente da CEDEAO adverte na Guiné-Conacri para "pesadas sanções"

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