Num telegrama, as autoridades separatistas da região de Donetsk, que ajudaram a conquistar a cidade na primavera ao lado do exército russo, informaram que o monumento de granito, revelado em 2004 no centro de Mariupol , tinha sido removido.
"O granito será reutilizado em materiais de construção", acrecentaram.
O monumento consistia em dois blocos de granito com uma escultura de espigas de trigo. Foi também dedicado às vítimas da "repressão política": as execuções e deportações em massa organizadas pelo Estado soviético, que o Kremlin procura agora minimizar.
O termo ucraniano "Holodomor" refere-se ao "extermínio pela fome" de camponeses em 1932 e 1933 pelo regime soviético, que resultou em vários milhões de mortes, de acordo com as estimativas dos historiadores.
Para Kiev, "Holodomor" é sinónimo de genocídio orquestrado para quebrar as suas aspirações de independência. Mas a Rússia e outros historiadores colocam estes acontecimentos no contexto de fomes que também ocorreram na Ásia Central e na Rússia.
A agência noticiosa russa Ria Novosti publicou um vídeo no qual mostra o monumento a ser removido por um camião guindaste em Mariupol.
"Não estamos a remover um memorial, mas um símbolo de desinformação política da população", disse Yevgenia Krotova, porta-voz de uma organização juvenil local, à Ria Novosti.
Uma professora de uma universidade local, Olga Chmatchkova, disse que era melhor não "lembrar o pior uma e outra vez".
"É melhor tornar a nossa pátria mais bela e limpa, mas deixar as memórias dos problemas nas nossas almas", disse ela à Ria Novosti.
A cidade portuária estratégica de Mariupol foi conquistada em maio pelo exército russo após um cerco de semanas e bombardeamentos em massa que mataram milhares de pessoas e destruíram parte da cidade.
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