A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), que convocou a mobilização, disse em nota à imprensa que "cerca de vinte pessoas ficaram feridas, algumas delas por munição real e foram efetuadas muitas detenções".
Nenhuma confirmação desta informação foi obtida de qualquer outra fonte.
A FNDC, oficialmente dissolvida pela junta militar, havia convocado manifestações pacíficas para hoje em Conacri, e mantém nova convocatória em 26 de outubro em todo o país, para exigir o rápido regresso dos civis ao poder e a libertação dos detidos que acusam foram encarcerados por motivos políticos.
O coletivo foi a última organização a mobilizar manifestações, mas tem recebido o apoio dos principais partidos, praticamente sem atividade.
Os subúrbios de Conacri e a estrada Le Prince, que atravessam estas áreas, são tradicionalmente palco de protestos.
A imprensa local noticiou confrontos em diferentes bairros durante o dia.
Dezenas de viaturas da polícia, de caixa aberta, estacionaram ao longo deste eixo, com os jovens a queimarem pneus e a derrubar contentores de lixo na estrada, onde não circulou nenhum veículo civil.
Muitos espaços comerciais encerraram as portas nos subúrbios ou nos grandes mercados de Madina e Bonfi.
Em Kagbelin e Kountia, outras áreas dos subúrbios, os manifestantes atacaram alguns dos poucos veículos conduzidos por civis que acusaram, segundo testemunhas, de não terem seguido o apelo ao protesto.
A FNDC convocou as manifestações de 28 e 29 de julho, 17 de agosto e 05 e 06 de setembro.
Cinco pessoas foram mortas em julho e duas em agosto.
O coronel Mamady Doumboya, que assumiu o poder à força em setembro de 2021, tomou desde então posse como Presidente e prometeu entregar o poder a civis eleitos dentro de três anos.
A oposição acusa a junta de confiscar o poder e silenciar todas as vozes dissidentes por meio da detenção de líderes políticos e da sociedade civil e ações judiciais.
Os protestos coincidiram com a presença no país de uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), atualmente liderada pelo Presidente da Guiné-Bissau.
Em 24 de setembro, a CEDEAO deu às autoridades militares um mês para apresentarem um novo cronograma para o regresso dos civis ao poder sob pena de "sanções mais severas" do que as já impostas.
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