Cabo Delgado. No início do mês, maioria queria regressar à origem

A maioria dos deslocados em movimento em Cabo Delgado no início deste mês procurava regressar às zonas de origem, de acordo com os dados da Organização Internacional das Migrações (OIM) na província moçambicana afetada por violência armada.

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Luís Miguel Fonseca
21/10/2022 12:28 ‧ 21/10/2022 por Luís Miguel Fonseca

Mundo

Moçambique/Ataque

O acompanhamento de deslocados feito pela agência das Nações Unidas entre 5 e 11 de outubro registou 7.960 pessoas em movimento, metade das quais eram crianças.

A intenção de regressar às zonas de origem foi o que motivou 72% das pessoas a fazer-se à estrada naquele período, enquanto 15% fugia de ataques.

Os principais movimentos aconteceram entre os distritos de Macomia e Ancuabe, onde novos ataques têm sido relatados desde junho.

Das 7.960 pessoas em movimento, 4.472 (56%) conseguiu chegar ao destino, nota a OIM.

Ainda segundo a agência, do total de pessoas em movimento no início deste mês, 47% já tinha sido deslocado por duas vezes e 31% já tinha sofrido com a fuga das terras de origem por três vezes.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por uma violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o ACNUR, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Leia Também: Residentes em aldeia remota de Cabo Delgado encontram 2 corpos nas matas

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