O acompanhamento de deslocados feito pela agência das Nações Unidas entre 5 e 11 de outubro registou 7.960 pessoas em movimento, metade das quais eram crianças.
A intenção de regressar às zonas de origem foi o que motivou 72% das pessoas a fazer-se à estrada naquele período, enquanto 15% fugia de ataques.
Os principais movimentos aconteceram entre os distritos de Macomia e Ancuabe, onde novos ataques têm sido relatados desde junho.
Das 7.960 pessoas em movimento, 4.472 (56%) conseguiu chegar ao destino, nota a OIM.
Ainda segundo a agência, do total de pessoas em movimento no início deste mês, 47% já tinha sido deslocado por duas vezes e 31% já tinha sofrido com a fuga das terras de origem por três vezes.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por uma violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de violência a sul da região e na vizinha província de Nampula.
Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o ACNUR, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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