No seu habitual discurso noturno, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assinalou oito meses de guerra no país com uma mensagem em que considerou que a Rússia perdeu influência no mundo e, agora, "é apenas um pedinte".
Zelensky salientou os avanços ucranianos nas várias linhas da frente e afirmou que a Rússia "implora por algo do Irão, tenta espremer alguma coisa dos países ocidentais, inventando disparates sobre a Ucrânia", referindo-se às alegações do Kremlin de que a Ucrânia está a planear um ataque de 'bomba-suja'.
No discurso, o presidente também vincou a perda de influência russa no mundo, considerando que "o potencial da Rússia está a ser desperdiçado nesta loucura - numa guerra contra a Ucrânia e o resto do mundo livre".
"Havia influência do gás natural - já não existe. Havia influência militar - está a evaporar-se. Havia peso político - agora existe um isolamento crescente. Havia ambições ideológicas - agora existe apenas nojo", afirmou o chefe de Estado ucraniano.
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Zelensky reafirmou, no entanto, que apesar do crescente descontentamento em Moscovo por causa da guerra - recordando até 1917, quando a revolução comunista deitou abaixo a monarquia absoluta dos czares -, os ucranianos "não têm direito a relaxar".
"Temos de passar por este inverno, que será o mais difícil da nossa história: para fazer o necessário durante o outono, inverno e primavera para ter os resultados esperados; e para manter a mobilização dos nossos aliados na luta pela liberdade e não permitir que o nosso inimigo comum separe a coligação global pró-democrática", reiterou..
No dia em que também se comemora o Dia das Nações Unidas, o presidente ucraniano saudou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apontando que este "defende verdadeiramente a Carta das Nações Unidas e a paz global".
"Já conseguimos ter bons resultados juntos - a libertação dos nossos prisioneiros na Rússia, a iniciativa da exportação de cereais, que tonou possível aliviar a gravidade da crise alimentar no mundo, e a cooperação multifacetada nas estruturas das Nações Unidas", vincou Volodymyr Zelensky.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos dá conta de que já morreram mais de 6.300 pessoas na guerra, mas adverte que o número deverá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas civis em zonas tomadas ou sitiadas pelos russos.
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