"Parabéns Amigo Lula! Parabéns Povo Brasileiro! Justiça foi feita ao restaurar-se a vibrante democracia brasileira e assim corrigirem-se os graves atropelos ao Estado de Direito, as graves injustiças na perseguição e manipulação do poder judicial contra Lula", escreve Ramos-Horta na sua mensagem de felicitações.
Segundo Ramos-Horta, "não houve muitos lideres mundiais que se solidarizaram com Lula quando ele foi humilhado e preso"
"Eu fui um dos poucos que denunciou a manipulação da Justiça Brasileira por 'Juízes" politizados e se solidarizou com Lula", acrescentou Ramos-Horta, recordando a declaração que fez em 22 de agosto de 2019 à Radio Brasil Atual, em que considerava Lula um "preso político" e que a sua condenação visou afastá-lo das anteriores eleições presidenciais.
Em qualquer outro país, o processo contra Lula da Silva "seria arquivado", salientou.
"O povo reelegeu Lula para Presidente da República Federativa do Brasil. As eleições foram limpas gerenciadas com muita competência e integridade pelas instituições eleitorais brasileiras com muita experiência e credibilidade reconhecidas internacionalmente", vinca ainda Ramos-Horta na sua mensagem.
Passadas as eleições brasileiras, o Presidente timorense defende ser agora altura de o povo brasileiro "reconciliar-se, sarar as feridas profundas na sociedade, eliminar a exclusão e discriminação, reunir toda a grande família brasileira multicolor, multiétnica, multicultural, mobilizar a sua criatividade para a visão de um Brasil novo, reconciliado, pacifico, solidário, fraterno".
"Neste mundo conturbado, extremamente perigoso, em fragmentação, sem uma carismática liderança global, Lula poderá ser a voz da moderação, o construtor de pontes de diálogo e de solução de conflitos", conclui Ramos-Horta.
Luís Inácio Lula da Silva, foi eleito no domingo Presidente brasileiro, com 50,90% dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%, quando estão contadas 99,93% das secções eleitorais.
Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa ao Palácio da Alvorada após uma vitória na segunda volta, pela primeira na história democrática recente do Brasil, sobre um chefe de Estado que era recandidato.
O antigo sindicalista terá como vice-presidente Geraldo Alckmin, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que já havia sido seu opositor nas eleições presidenciais de 2006, então pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
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