Durante e após a sua presidência nos Estados Unidos, a aparência de Barack Obama foi sendo elogiada, ora por revistas, ora pelas redes sociais, e às vezes até por governantes de outros países. Em 2015, por exemplo, a antiga primeira-ministra australiana Julia Gillard disse que Obama era 'muito bom' e, em 2020, a revista de moda Vogue pegou numa fotografia de Obama para considerar que o antigo líder tem um 'look' "objetivamente" positivo.
No domingo, um grupo de eleitoras em Detroit, no estado norte-americano do Michigan, decidiram que a sua opinião deve ser ouvida no debate. Durante uma ação de campanha, na qual Barack Obama estava a discursar pelos candidatos democratas no estado, o antigo presidente admitiu que esta a ficar "velho e cinzento".
Atrás de si, surgiram vozes de contestação, com algumas mulheres a proclamarem, audivelmente, que o antigo presidente é "bom" (traduzido do inglês 'fine', quando dito com uma conotação sexual ou de atração física).
Obama: I’m getting old and gray.
— Renee (@PettyLupone) October 29, 2022
Black lady: You fine than a mfer. pic.twitter.com/8ilpc5GsKM
Barack Obama riu-se com o 'piropo', virando-se para trás para sorrir para as senhoras que o continuaram a elogiar. Virando-se para a frente, o antigo presidente prometeu que não iria "contar à Michelle [Obama]" sobre os comentários.
"No entanto, a Michelle concorda", rematou o antigo líder norte-americano, antes de avisar que se "estavam a distrair" e voltar à conversa sobre políticas.
Obama estava no Michigan a apoiar a governadora democrata Gretchen Whitmer, que está a concorrer nestas eleições intercalares - ou Midterms - à reeleição. Nos últimos dias, o presidente que governou o país entre 2009 e 2017, tem viajado por estados conhecidos como 'battleground states', que são muito contestados em todas as eleições. Além do Michigan, Barack Obama esteve também nos estados do Wisconsin e da Georgia, onde a liderança republicana reagiu à vitória de Joe Biden nas presidenciais de 2020 com uma série de leis que tornou mais difícil votar - especialmente para as comunidades mais desfavorecidas, predominantemente afro-americanas, uma iniciativa classificada como "racista" pelo presidente.
Os Democratas enfrentam uma 'praga' comum do partido que detém o poder, e estão em risco de perder a Câmara dos Representantes para os Republicanos. E uma Câmara dos Representantes republicana significará que os dois últimos anos de Joe Biden serão algo semelhantes aos dois últimos anos de Barack Obama: uma enorme dificuldade em aprovar medidas legislativas que passem pela maioria conservadora.
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