Na ocasião, Biden havia autorizado uma ajuda militar à Ucrânia, no valor de mil milhões de dólares (cerca do mesmo valor em euros), mas Zelensky retorquiu com uma lista de pedidos adicionais, que alegadamente fizeram o chefe de Estado norte-americanos perder a calma, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
O Presidente dos Estados Unidos defendeu então a generosidade da sua Administração e do Exército e da população norte-americana, exigindo mais gratidão do líder ucraniano, com quem sempre afirmou publicamente manter uma relação próxima.
Zelensky terá decidido, após o diálogo tenso, trabalhar para aliviar os atritos. No dia do telefonema, segundo fontes, o chefe de Estado da Ucrânia agradeceu a ajuda de Washington.
Por sua vez, Biden reiterou que não deixaria de ajudar Kiev "enquanto lutam pela liberdade".
O Presidente norte-americano opõe-se cada vez mais no Congresso à aprovação de mais apoio para Ucrânia, numa altura em que Zelensky pede mais ajuda militar -- principalmente de sistemas de defesa antiaérea -- para enfrentar os constantes ataques russos.
O interesse e a preocupação com o conflito russo-ucraniano também estão a perder pontos percentuais entre os norte-americanos, de acordo com investigações.
Aqueles que estão muito ou extremamente preocupados com a guerra caíram de 55% para 38% em menos de cinco meses, segundo uma sondagem recente do Pew Research Center.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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