"Reconhecemos a necessidade extrema de defesa aérea, neste momento crítico em que a Rússia e as forças russas estão a lançar mísseis e 'drones' iranianos contra infraestrutura civil deste país", sublinhou Jake Sullivan em conferência de imprensa durante uma visita surpresa a Kyiv.
Nas últimas semanas, Moscovo intensificou os seus ataques contra infraestruturas energéticas ucranianas, causando cortes de energia em grande escala em todo o país.
Esta quinta-feira à noite, 4,5 milhões de ucranianos ficaram privados de eletricidade, de acordo com as autoridades ucranianas.
Já hoje de manha, em Kyiv, 450.000 pessoas não tinham eletricidade, segundo a autarquia da capital.
Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente dos EUA, Joe Biden, realizou hoje uma visita surpresa a Kyiv, onde se reuniu com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky e o ministro da Defesa, Oleksiï Reznikov, para manifestar o "apoio inabalável" de Washington perante a invasão russa.
"A coisa mais importante que eu vim dizer hoje (...) é que os Estados Unidos vão ficar com a Ucrânia o tempo que for necessário nesta luta. Não haverá hesitação, nem queda, nem enfraquecimento do nosso apoio", garantiu Sullivan aos jornalistas.
Os EUA anunciaram hoje que vão enviar para a Ucrânia mais ajuda militar no valor de 400 milhões de dólares (valor idêntico em euros), criando ainda um posto na Alemanha para supervisionar transferências de armas e treino militar.
O novo posto de comando na Alemanha, intitulado Grupo de Assistência à Segurança na Ucrânia, sinaliza um programa mais permanente e de longo prazo para continuar a ajudar Kyiv na sua luta contra a Rússia, disse a porta-voz do Pentágono Sabrina Singh.
Os 400 milhões de dólares incluem contratos para 1.100 aviões não tripulados ('drones') Phoenix Ghost, o financiamento para recuperar 45 tanques e mais 40 barcos fluviais, entre outros sistemas, disse o Pentágono.
Os EUA comprometeram-se em fornecer mais de 18,2 mil milhões de dólares (valor idêntico em euros) em armas e outros equipamentos para a Ucrânia, desde o início da invasão russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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