Trump Jr. pede que eleitores não saiam da fila após problemas no Arizona

Donald Trump Jr., filho do ex-presidente dos EUA, e outros importantes republicanos, estão a pedir aos eleitores no Estado do Arizona que não abandonem os locais de votação, depois de problemas técnicos em máquinas de apuramento de votos.

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Lusa
08/11/2022 21:26 ‧ 08/11/2022 por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

Estas máquinas em algumas mesas de voto no condado de Maricopa, Arizona, apresentaram deficiências que obrigaram a uma solução de recurso, para evitar severos adiamentos de resultados.

Algumas não estavam a aceitar os boletins, pelo que as autoridades eleitorais locais tiveram de pedir aos votantes para usar uma caixa de depósito de votos segura ou a recorrer a outros centros de votação deste condado nos arredores de Phoenix.

"Mas todos estão a conseguir votar. Foi uma falha técnica e temos soluções de recurso", disse Bill Gates, diretor da comissão de supervisão eleitoral no condado de Maricopa, no Arizona, um dos estados onde se vão centrar as atenções mediáticas da noite eleitoral, já que as sondagens indicam que qualquer resultado está em aberto.

No entanto, Trump Jr. recorreu à rede social Twitter para apelar aos eleitores no Arizona para "ficarem na fila", noticiou o Breitbart.

"Para todos os meus amigos do Arizona: o seu voto pode fazer a diferença. Vá às urnas. Quando estiver lá, fique na fila, não importa o que aconteça, e vote. Este vai ser um grande dia! Faça sua parte e vamos vencer!", destacou o filho do magnata republicano, cada vez mais apontado como candidato a um terceiro mandato na Casa Branca nas presidenciais de 2024.

Também a candidato republicana a governadora, Kari Laque, enfatizou que aqueles que "chegaram" aos locais de votação "não devem sair sem votar".

"O seu voto provisório no novo local provavelmente não contará", acrescentou.

"Se você já fez check-in num local de voto do Condado de Maricopa onde as máquinas não funcionam, você pode (1) esperar que o seu boletim seja validado no local, (2) pedir para usar uma urna eletrónica para deficientes ou (3) deixar o seu voto numa urna para ser contado depois", acrescentou.

Outras figuras do Partido Republicano, como o candidato ao Senado no Arizona, Blake Masters, também apelaram aos eleitores para permanecerem na fila.

Maricopa é o segundo maior distrito eleitoral dos Estados Unidos e também foi um dos centros da polémica nas presidenciais de 2020, conquistadas pelo democrata Joe Biden, que nesse Estado venceu Trump por 45.000 votos, após uma segunda recontagem dos boletins de voto e alegações infundadas de fraude eleitoral pelo republicano.

De resto, Trump recorreu à sua rede social (Truth Social) para, ao início do dia, voltar a levantar suspeitas de fraude eleitoral, criticando os problemas em Maricopa.

"Estão a dizer que cerca de 20% das urnas eletrónicas no condado de Maricopa não estão a contar os votos que foram depositados. Só nas áreas republicanas? Uau! (...) Não podemos deixar isto acontecer de novo!", salientou Trump.

Na costa leste do país, no condado de Mercer, em Nova Jersey, um problema com as urnas de voto fez com que os eleitores votassem manualmente, inserindo o boletim num "slot de emergência" que as máquinas possuem.

Na Pensilvânia, um estado-chave nestas eleições, ainda não se sabe se serão contados cerca de 4.000 votos por correspondência nos condados de Allegheny e Filadélfia, alguns dos maiores distritos em população do país.

O candidato democrata ao Senado dos EUA para este Estado, John Fetterman, deslocou-se ao tribunal esta segunda-feira para defender a contagem destes votos, apesar de alguns não estarem datados ou datados incorretamente, alegando que excluí-los seria inconstitucional.

O Supremo Tribunal da Pensilvânia determinou recentemente que os condados do Estado não contassem os votos por correspondência sem data ou datados incorretamente.

O frente a frente de Fetterman contra o candidato republicano Mehmet Oz é um dos mais importantes e renhidos na luta para o Senado.

Donald Trump recorreu também à Truth Social para denunciar que a votação por procuração em Detroit "não estava a correr bem".

"As pessoas aparecem para votar e ouvem: 'Desculpe, você já votou'", destacou o ex-presidente.

"Isso está a acontecer em grande número, e em outros lugares. Conteste, conteste, conteste", salientou Trump.

A organização independente Vote.org, confirmou em comunicado a existência de "problemas técnicos com urnas em alguns estados".

"Isso pode acontecer e as autoridades estão a trabalhar duro para resolver essas questões e garantir que os eleitores tenham outras opções para votar hoje", acrescentou a organização que defende o acesso ao voto.

As eleições intercalares norte-americanas que hoje se realizam determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

[Notícia atualizada às 22h43]

Leia Também: Midterms. Donald Trump antecipa uma "grande noite" para os Republicanos

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