"O navio está atualmente em águas territoriais italianas, existem regras europeias extremamente claras que, além disso, foram aceitas pelos italianos que são, de facto, os primeiros beneficiários de um mecanismo europeu de solidariedade financeira", declarou o porta-voz do executivo, Olivier Véran, aos jornalistas.
Olivier Véran considerou "inaceitável" "a atitude atual do Governo italiano e, em particular, as declarações e a recusa em deixar este barco atracar".
Na terça-feira, a primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, agradeceu à França por aceitar receber o Ocean Viking - da organização não-governamental (ONG) SOS Méditerranée - e seus 234 passageiros migrantes.
"Os mecanismos diplomáticos ainda estão em andamento no momento em que estou a falar com vocês. Não posso ir além disso", afirmou Véran.
"Ainda temos algumas horas de discussão e, de qualquer forma, ainda estamos nesta fase", acrescentou, prometendo, no entanto, que "ninguém vai deixar este navio correr o menor risco, assim como as pessoas que estão a bordo".
"Diante do silêncio ensurdecedor de Itália", a SOS Méditerranée declarou que pediu à França na terça-feira que atribuísse um porto seguro ao Ocean Viking, que "deve chegar em águas internacionais perto da Córsega em 10 de novembro".
De acordo com a agência de notícias italiana AGI, o assunto foi resolvido entre Meloni e o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP27), no Egito.
O novo Governo da Itália prometeu adotar uma linha dura contra os migrantes. O novo ministro do Interior, Matteo Piantedosi, afirmou que os migrantes resgatados no mar são de responsabilidade do Estado sob cuja bandeira os navios navegam.
Pelo menos 1.337 pessoas desapareceram nas rotas de migração do Mediterrâneo Central este ano, de acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
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