"Parece que os ucranianos acabam de obter uma vitória extraordinária: a única capital regional que a Rússia apreendeu nesta guerra está agora de volta sob a bandeira ucraniana, o que é bastante notável", disse o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, citado pela agência francesa AFP.
As tropas ucranianas entraram na cidade de Kherson na sexta-feira, depois de as forças russas se terem retirado para a margem sul do Rio Dniepre, a outra metade da região da Ucrânia que Moscovo controlava desde março.
Kherson é uma das quatro regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (leste).
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia (sul) em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional consideraram as anexações ilegais.
Com o armamento que lhe foi fornecido pelos seus aliados ocidentais, a Ucrânia lançou uma contraofensiva no sul e no leste nos últimos dois meses, que lhe permitiu reconquistar algum do território que estava sob domínio russo.
A retirada russa terá "implicações estratégicas mais vastas", incluindo a atenuação da ameaça a longo prazo colocada a outras cidades do sul da Ucrânia, como Odessa, disse Jack Sullivan durante a viagem do Presidente Joe Biden para o Camboja.
"Este é um grande momento e deve-se à incrível tenacidade e habilidade dos ucranianos, apoiados pelo apoio unido e implacável dos Estados Unidos e dos nossos aliados", acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse hoje, em Phnom Penh, que a vitória contra a Rússia é apenas "uma questão de tempo".
"Na nossa guerra defensiva contra o inimigo, a Ucrânia vencerá, é uma questão de tempo", disse Kuleba, segundo a agência espanhola EFE.
"Cada centímetro da Ucrânia será libertado", reforçou Kuleba, um dos convidados para a cimeira da ASEAN (sigla inglesa da Associação das Nações Asiáticos do Sudeste Asiático, que decorre até domingo na capital do Camboja.
Kuleba justificou o seu otimismo com as vitórias que as forças ucranianas tiveram em diferentes batalhas, tais como em Kyiv, nas áreas ocupadas no nordeste do país e na região de Kherson.
Também denunciou o exército russo por torturar e assassinar civis e atacar infraestruturas, não por razões militares, mas para prejudicar a população.
Kuleba apelou à comunidade internacional, incluindo os países do Sudeste Asiático, para fornecer transformadores, geradores e peças à Ucrânia para ajudar a reparar a infraestrutura elétrica, que é necessária no meio da crise e para enfrentar o inverno.
A guerra na Ucrânia, em curso há quase nove meses, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.
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