O texto, ao qual a agência de notícias teve acesso, menciona a "guerra na Ucrânia", ao contrário do que se esperava, devido à firme oposição de Moscovo em referir-se desta forma ao conflito que iniciou contra o país vizinho.
Ainda de acordo com a EFE, o documento destaca o "imenso sofrimento humano" e os problemas que a guerra provocou à escala global em termos de abastecimento energético, segurança alimentar ou riscos de instabilidade financeira, embora também dê a conhecer as diferentes posições dos 20 países sobre a questão.
A declaração conjunta admite que houve "outras posições" sobre a situação na Ucrânia durante as discussões em Bali, e reconhece que o G20 não é o evento mais indicado para a resolução de questões de segurança como esta.
A declaração, que ainda deve ser aprovada pelos líderes do G20, entre a sessão de hoje e a de quarta-feira, vai ao encontro do que foi avançado pelos representantes da União Europeia e dos Estados Unidos, promotores de uma condenação firme de Moscovo nesta cimeira.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientou hoje que o texto final que as delegações do G20 ainda estão a trabalhar vai "na direção certa" para condenar a invasão russa da Ucrânia, apesar das posições divergentes entre os membros.
"O facto de ter chegado a um acordo ao nível de delegações já é uma grande conquista", disse Michel numa entrevista coletiva, pouco antes do início da cimeira, "uma das mais difíceis que já houve", disse.
Nenhuma reunião ministerial do G20 desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, logrou emitir um documento de consenso devido às diferenças entre os membros quando se trata de incluir alusões ao conflito e em que termos fazê-lo.
A Rússia refere-se oficialmente à invasão da Ucrânia como uma "operação militar especial", tornando difícil mencionar a palavra "guerra" na Ucrânia em declarações multilaterais.
Por isso, alguns membros do G20 têm colocado sobre a mesa alternativas, como é o caso de "conflito armado", que a maioria dos países rejeitou, refere ainda a agência EFE, que cita fontes diplomáticas.
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