O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou, esta terça-feira, que as condições de Kyiv para reiniciar as negociações de paz com Moscovo são “irrealistas”.
“Disse novamente que todos os problemas estão com o lado ucraniano, que recusa categoricamente as negociações e apresenta condições que são obviamente irrealistas”, disse Lavrov aos jornalistas após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, à margem da cimeira do G20.
Lavrov referiu que transmitiu essa posição a Macron e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, em "breves conversas" durante a cimeira das 20 economias mais desenvolvidas e emergentes.
"O processo de resolução [do conflito] está a ser atrasado pela Ucrânia", afirmou, citado pela agência francesa AFP.
Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mostrou-se disponível a negociar um acordo de paz se a Rússia aceitasse "negociações genuínas", que incluíam a restauração da "integridade territorial" da Ucrânia, "o respeito pela Carta da ONU, a compensação pela destruição, punição de todos os responsáveis por crimes de guerra e garantias de que [uma invasão] não volta a acontecer".
Já ontem o Kremlin considerou que a exigência de retirada das tropas russas é “inaceitável” e que “as negociações devem ter em conta a situação no terreno”.
“Tais condições são inaceitáveis”, destacou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, citado pela agência de notícias Europa Press. “O nosso presidente [Vladimir Putin] afirmou repetidamente que estamos prontos a negociar, mas estas negociações devem ter em conta a situação no terreno”, explicou.
Após as considerações russas, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou que a Rússia "não está em posição de ditar as suas condições" e que "fórmula de paz na Ucrânia permanece inalterada".
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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