Em comunicado, o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou o assassinato "hediondo" e "brutal" das duas jovens e apelou à comunidade internacional e às forças curdas, que controlam aquela zona, para redobrarem os esforços para garantir a proteção de milhares de mulheres e crianças ainda detidas nos campos.
"A morte destas jovens irmãs que já sofreram tanta miséria é profundamente dolorosa. As circunstâncias das duas mortes e a maneira como foram mortas ultrapassam qualquer compreensão", afirmou Türk.
A ONU disse que os corpos das meninas, ambas com menos de 15 anos, foram encontrados no início desta semana, nos esgotos de Al-Hol, com várias lesões infligidas por arma branca.
Segundo relatos recebidos pelo Gabinete de Direitos Humanos da organização, terão ainda sido violadas antes de morrerem.
"Este incidente deve servir de alerta à comunidade internacional para repatriar imediatamente para os seus países de origem as mulheres e crianças que se encontram nestes campos, algumas das quais detidas há anos", advertiu o funcionário da ONU.
O alto responsável acrescentou ainda que as Forças Democráticas da Síris (FDS), que exercem o controlo efetivo do campo de Al-Hol, devem "adotar medidas urgentes para garantir a segurança e o bem-estar dos detidos no campo".
Mais de 50 mil pessoas vivem naquele sobrelotado campo de Al-Hol, no nordeste da Síria, sob administração curda, entre as quais sírios deslocados, refugiados iraquianos e mais de 10 mil estrangeiros de cerca de 60 países.
Desde o início do ano, o Gabinete de Direitos Humanos da ONU "confirmou o assassinato de 42 pessoas no campo de Al-Hol, incluindo 10 homens iraquianos, seis homens sírios, quatro mulheres iraquianas, 18 mulheres sírias, um menino iraquiano, uma menina iraquiana e duas meninas egípcias".
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