Svatove é "prioridade política" para os russos, apesar de falta de meios
O Reino Unido considera que a frente russa em Lugansk encontra-se mais vulnerável à contraofensiva ucraniana e os comandantes estão a ter de gerir uma grande falta de recursos.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Na atualização diária publicada no Twitter, o Ministério da Defesa do Reino Unido explica esta segunda-feira que os russos estão a "dar prioridade à construção de posições defensivas" em Svatove, na região da autoproclamada república separatista de Lugansk, que foi, em setembro, anexada unilateralmente pela Rússia.
Segundo os britânicos, esta estratégia tem sido "quase, por certo, feita parcialmente por reservistas mal treinados".
A cidade de Svatove é densamente povoada e situa-se no extremo noroeste da região de Lugansk, a norte de Severodonetsk, sendo que a contraofensiva ucraniana tem-se aproximado cada vez mais da zona ao longo dos últimos dois meses. Como tal, o Reino Unido acredita que "os líderes russos muito provavelmente verão controlar Svatove como uma prioridade política", apesar das dificuldades operacionais.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 21 November 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) November 21, 2022
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"Os comandantes estarão com dificuldades com as realidades militares de gerir uma defesa credível, enquanto tentam manter operações ofensivas no sul, em Donetsk. Tanto as capacidades defensivas como ofensivas russas continuam a ser prejudicadas por graves falhas de munições e pessoal qualificado", diz o Reino Unido.
Os serviços secretos britânicos constatam ainda que "com a linha da frente sudoeste russa mais preparada defensivamente ao longo da margem este do Rio Dnipro, o setor de Svatove é provavelmente agora um flanco operacional mais vulnerável na força russa".
De recordar que, em setembro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou uma mobilização militar parcial de reservistas, para compensar as enormes baixas na guerra na Ucrânia. No entanto, os próprios propagandistas do regime denunciaram várias situações em que civis sem experiência militar foram chamados para lutar, e em algumas regiões houve mesmo protestos contra a mobilização.
Desde então, as várias agências de inteligência e entidades governamentais têm alertado para a grave falta de armas na linha da frente (com soldados russos a alegadamente terem de partilhar espingardas) e para a falta de militares competentes e treinados, não só ao nível da infantaria rasa, mas também nos oficiais em posições de comando.
Segundo o governo ucraniano, já morreram na Ucrânia mais de 84 mil soldados russos - mais 390 mortes desde ontem -, um valor que o Kremlin continua a não reconhecer.
O conflito na Ucrânia já fez mais de 6.500 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.
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