Zelensky? "Criança histérica com problemas de desenvolvimento"
Para o responsável, "todos estão muito cansados do regime de Kyiv, principalmente do neurótico [Volodymyr] Zelensky".
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
Após o rescaldo da queda de fragmentos de um míssil na fronteira da Ucrânia com a Polónia, incidente que vitimou dois homens polacos, o antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, também se juntou ao coro de indignação pela culpabilização (quase) imediata de Moscovo, acusando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de agir como "uma criança histérica com problemas de desenvolvimento". Reiterou, além disso, que Kyiv pertence à Rússia, elencando os motivos que, na sua ótica, sustentam essa posição.
“Ninguém, nem mesmo os russófobos mais enraizados, os polacos, aceitaram as tentativas desajeitadas de culpar o bombardeamento da Polónia no nosso país”, começou por escrever, no sábado, na sua página da rede social Telegram.
Para o responsável, “este é um sintoma importante”, que indica que “todos estão muito cansados do regime de Kyiv, principalmente do neurótico Zelensky, que está constantemente a atiçar paixões, a reclamar, a morder e a extorquir cada vez mais esmolas de dinheiro e de armas”, disse, acusando o presidente ucraniano de agir “como uma criança histérica com problemas de desenvolvimento”.
Medvedev prosseguiu, considerando que “os Estados Unidos, a NATO e a União Europeia não querem uma rutura final com a Rússia, […] daí as frequentes tentativas de entrar em curto-circuito e argumentar com Kyiv, para levar a negociações”.
Na mesma linha, o antigo presidente russo argumentou que “Zelensky não precisa de negociações por motivos óbvios e egoístas”, complementando que “são muito perigosas para ele”.
“Afinal, se não reconhecem a realidade do colapso da Ucrânia, é inútil sentarem-se à mesa. E matarão os seus próprios nacionalistas, que estão juntos com a elite do exército”, rematou.
Mas o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia não se ficaria por aqui, regressando no dia seguinte à mesma rede social, onde apontou que “as declarações do inimigo precisam de ser respondidas não apenas diplomaticamente ou de forma alegórica”, pelo que se comprometeu a fazê-lo.
“Aqui, várias baratas que se reproduziram no insetário de Kyiv ameaçam constantemente ‘devolver a Crimeia’ [à Ucrânia]. Bem, os objetivos são claros: animar os insetos mansos e mostrar ao dono do insetário que ainda são muito capazes de perseguir baratas por um pedaço de comida. Quase como os janízaros [elite do exército dos sultões otomanos] favoritos das baratas na peça do famoso Mikhail Bulgakov, ‘Running’”, lançou, antes de enumerar aquilo que classificou como “factos indiscutíveis”.
Na sua ótica, “Kyiv é a capital da Rússia Antiga”, além de ser “uma grande pequena cidade russa dentro do Império Russo”. Kyiv é ainda “a capital republicana da União Soviética” e, por fim, “Kyiv é apenas uma cidade russa onde as pessoas sempre pensaram e falaram russo. Para deixar bem claro o que e como devolver…”, atirou.
Recorde-se que apesar de a responsabilidade da queda do míssil em território polaco ter sido atribuída à Rússia, inicialmente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou ter sido improvável que o míssil tenha sido disparado por Moscovo, dando conta de “informações preliminares que contestam isso”.
Mais tarde, o presidente polaco, Andrzej Duda, que tinha soado o alarme, admitiu que o míssil "tenha sido lançado pela Ucrânia", mas ressalvou que nada indica que tenha sido um "ataque intencional".
Por seu turno, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, juntou-se à teoria, salientando que não era “culpa da Ucrânia”, mas sim do Kremlin, que "continua a sua guerra ilegal".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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