O encontro decorreu na cidade de Siem Reap, à margem da cimeira dos ministros da Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), para a qual ambos foram convidados.
Wei indicou a Austin que a "resolução da questão [de Taiwan] é um assunto do povo chinês", alertando que "nenhuma força externa tem o direito de interferir" em algo que Pequim considera fazer parte dos seus "interesses fundamentais", de acordo com um comunicado emitido pelo ministério da Defesa da China.
O ministro assegurou que a responsabilidade pelo deteriorar das relações sino-americanas recai sobre os Estados Unidos e exortou Washington a "cumprir as suas promessas" e a "adotar uma política racional e pragmática em relação" a Pequim.
"Os militares chineses têm a confiança e a capacidade de proteger resolutamente a unidade da pátria", advertiu.
O porta-voz do ministério da Defesa do país asiático, Tan Kefei, declarou também hoje que as conversações realizadas no Camboja têm "importância significativa" para colocar as relações entre as duas potências "no caminho de um desenvolvimento saudável e estável".
Citado pela imprensa local, Tan descreveu as negociações como "sinceras e construtivas".
Tratou-se do primeiro encontro entre as autoridades de Defesa das duas potências desde o encontro no Diálogo de Shangri La, que se realizou em Singapura, em junho passado.
Desde então, a deslocação da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan - a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos -- renovou as tensões entre os dois países.
Em retaliação, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real. Durante quase uma semana, o Exército de Libertação Popular fez um bloqueio marítimo e aéreo 'de facto' à ilha.
A China suspendeu também o diálogo de alto nível com os EUA em várias matérias, incluindo as de defesa e alterações climáticas.
Os líderes de ambos os países, Joe Biden e Xi Jinping, reuniram-se na semana passada, à margem da cimeira do G20, na ilha indonésia de Bali, para retomar o diálogo, visando evitar que as tensões levem a um confronto bélico.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
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